A MENTIRA MATA O AMOR

Quando eu o conheci,

O amor tomou conta do meu ser,

Invadiu o meu coração,

Deleitei-me deste amor, entreguei-me.

Acreditei em cada palavra que tu me dizias,

Sonhei os seus sonhos,

Deixei de ser eu... Para ser você.

Dormia, acordava com você no pensamento,

Contava horas, minutos, segundos...

Esperando o momento de te ter ao meu lado,

Foram longos dias de espera em vão.

Sonhei...

Ah! Como sonhei,

Desejei,chorei,desesperei,

E me embriaguei do seu ser,

Sem saber que tu me enganavas!

Como num passe de mágica... acordei.

Acordei para uma realidade

Que até então desconhecia,

Ou talvez já existisse,

E eu cega de amor não via.

Não era tu que me enganavas,

Fui eu quem me enganei.

O amor coloca venda nos olhos,

Para nos esconder o que é visível,

Muitas vezes não queremos enxergar,

Preferindo fantasiar.

Quem sabe você me amou!

Ou que me amas talvez.

Mas o amor não sobrevive a mentiras,

E mata o ser amado,

Não existem meias verdade.

Nós amamos sem esperar,

E sofremos sem desejar.

Sua mentira atingiu-me feito espada,

Asfixiando o meu coração.

O mundo desabou sob minha cabeça,

O amor armou-me uma falseta,

Enganou o meu coração.

Nem sei o quanto sofri,

Nem quantas noites eu chorei,

Foi difícil acreditar,

Que um amor tão lindo,

Não passou de pura ilusão.

O sonho virou pesadelo,

Feito nuvem carregada,

Não sabia mais o que era real ou sonho,

Nem quem tu eras afinal.

Eu pensei que te conhecia,

Quando apenas te amava.

Busquei explicação para tantas mentiras,

Na esperança de enganar meu coração...

Fugi...

Metade de mim com você ficou,

A outra carreguei em pedaços,

Tão frágil eu estava.

Tropecei, caí... Fui ao fundo do poço,

Mas me ergui,levantei, sobrevivi,

Mais forte talvez.

Juntei pedaços por pedaços,

Do que de mim sobrou,

Centralizei todas as minhas forças,

Tal qual um fio arrebentado,

Que se une as duas pontas,

Para que a corrente se faça.

O amor ainda existe,

Não se apaga uma história de amor do nada,

Mas já não me dói no coração,

Delimitei este amor, fiquei anestesiada.

Aprendi...

Que o amor é tal qual um jogo,

Você faz a sua aposta,

Coloca todas as suas fichas,

Mas nem sempre ganha.

Aprendi...

Que neste jogo, eu fui o amor,

E você o ser amado.

Você não foi o vencedor,

Nem eu vencida de fato.

Aprendi...

Que o amor é algo individual,

Cada um ama a sua maneira,

E não podemos exigir que nos ame,

Com a mesma intensidade.

Aprendi...

Que o amor é doação,

Não se pode esperar compensação.

Mais vale amar e sofrer,

Do que nunca se ter amado.

Cristina Siqueira
Enviado por Cristina Siqueira em 04/02/2010
Reeditado em 05/02/2010
Código do texto: T2069415