Amor de Verão
 
A longa faixa de areia perdia-se aos olhos de Cezar, caminhava olhando o mar e uma ou outra vez, olhava para as pessoas sentadas em seus guarda-sóis, sorridentes, felizes.
Há muito que ele havia se separado, mudara de cidade, mudara seus hábitos, somente uma vez namorou depois e raramente ia a boates, barzinhos e locais onde poderia conhecer mais pessoas.
Seu trabalho era via internet, também saia 2 vezes por semana de casa, para os serviços bancários e só.
Agora estava de férias, como ele mesmo dizia merecidas férias, e já fazia uma semana que estava na praia, na casa cedida por um amigo por 20 dias.
Já havia feito caminhadas nas areias, calçadões, tinha ido a lanchonetes a noite e em um lugar chamado, parque dos namorados, na verdade um parquinho para crianças, normal, e que a noite se reuniam casais para namorar.
Em todos os lugares Cezar se esforçou, mas não encontrou ninguém interessante, mas seu coração pulsava nervoso no meio das multidões, pressentia que algo de bom iria acontecer...
Em sua caminhada neste dia avistou um barzinho a beira mar e como estava bastante suado, parou para tomar um refrigerante.
Durante 10 minutos, depois de sentado numa mesa, levantou o olhar e o direcionou para a areia...
Ali a menos de 30 metros de onde ele estava uma mulher jovem, calculou uns 22 anos, morena, cabelos compridos, negros, e quando lhe dirigiu o olhar, a mulher lhe sorriu, com uma meiguice fora do comum.
Cezar pagou o refrigerante, levantou-se e sem tirar os olhos da mulher, mergulhou seus pés na areia fofa em direção a ela...
Ao aproximarem-se, os olhares pareciam de ser de dois velhos conhecidos.
Sentou-se em frente à mulher cruzando as pernas uma sobre a outra, e disse:
___Que sorriso lindo...
___O seu também é belo, como se chama menino? Disse a mulher, e antes que ele dissesse alguma coisa, arrematou...
Não se zangue chamo todos os rapazes de garoto sempre...
___Tudo bem, tenho 29 anos, e você, quantos anos tem? Perguntou Cezar.
___23 anos e alguns dias...
Lentamente Cezar aplanou a areia em sua frente escreveu seu nome e logo abaixo a letra “e”, e perguntou a moça...
___Qual o seu nome?
___Cristina, respondeu ela.
Então Cezar completou embaixo do seu nome... ”e” Cristina
___Por quê? Indagou-lhe.
___De hoje em diante você é minha namorada, concluiu ele.
___Não pode, disse ela, eu sou casada, não posso.
Durante 1 hora trocaram palavras informais, mas os olhos de Cezar brilhavam a cada palavra de Cristina, na hora de irem embora, Cezar roubou um beijo, dos lábios sedutores de Cristina.
Combinaram se encontrar dois dias depois.
O motivo do encontro somente dois dias depois, é que ela estava na casa dos pais na praia e morava numa cidade 20 kilometros distante.
Iria para casa no outro dia, veria o esposo e voltaria no dia seguinte, eram tempos de férias, e ela que trabalhava em um escritório também estava de férias.
Passados dois dias ela retornou e exatamente às 2 horas da tarde, sentados os dois lá estavam no mesmo lugar...
Combinaram que ficariam ali até a tarde e depois iriam para a casa em que Cezar estava.
Já era noitinha quando Cezar deixava Cristina, a duas quadras da casa dos pais...
A leve garoa na boca da noite mostrava um semblante abatido, tristemente melancólico.
2 horas antes, sorridentes, deixaram a praia num poético entardecer, e de mãos dadas como dois adolescentes foram para a casa de Cezar, brincaram como crianças, riram muito, jogaram travesseiros uns nos outros, beijaram-se, viram o crepúsculo da janela do quarto que ficava com vista para o mar.
E depois fizeram amor, loucamente, como se esperassem um pelo outro por toda a eternidade...
E ali, exatamente ali naquela esquina, a realidade de sentimentos que tanto ele como ela evitaram até aquele momento, surgiu como um pesadelo. Cristina disse a Cezar...
___Não pode ser Cezar, eu tenho um marido que eu amo, e talvez por causa da minha gravidez, tinha o desejo de ter outro homem, e antes que ela pronunciasse a palavra, “compreende”, Cezar disse a ela...
___A sua casa é logo ali... Virou as costas, baixou a cabeça, e os pingos da garoa que caiam desde o seu cabelo, misturaram-se as lágrimas, numa dor comovente.
___Depois mais adiante, sentado numa pedra em frente ao mar disse de si para si.
___É Cezar, estes amores de verão existem mesmo cara, cuidado viu, e olhou no ponto onde conheceu Cristina, e jogou um beijo no ar...

xxeasxx

 
 
 
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 04/03/2010
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T2120389
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