A procura pela SABEDORIA

Vou contar outra história para você do cavalheiro da Tábua Quadrada, SIR O QUESTIONADOR, um cavalheiro de muito amor e muito respeitado.

Ao encontrar o Paraíso, no conto “A procura pelo paraíso” Sir o Questionador ficou com medo de perdê-lo depois de tanto sacrifício para encontrá-lo, ao mesmo tempo percebeu que mesmo com todo o conhecimento adquirido em suas viagens não tinha encontrado a Sabedoria.

Ficou sabendo que havia um mestre que vivia e ensinava a seus discípulos em um monte não muito longe de sua aldeia e lá todos detinham a tão almejada sabedoria.

Despediu-se de sua família, prometendo não demorar, só o tempo necessário para adquirir a sabedoria e poder ajudar a eles, sua família, e ao povo de sua aldeia. Juntou seus pertencentes e partiu sozinho.

Chegou, foi recebido por pessoas do bem, viu que lá era um lugar simples, sem nenhuma tecnologia avançada, mas não faltava nada para nenhum de seus habitantes.

Quando conheceu o Mestre pediu que lhe desse um pouco de sua sabedoria para que ele pudesse ajudar a sí e as pessoas ao seu redor. O mestre pensou, pensou e propôs que Sir o Questionador fizesse uma pequena, mas proveitosa caminha, chamou seu discípulo mais sábio e propôs para os dois o seguinte:

Quero que os dois amanhã bem cedo subam até o topo do monte dos ventos uivantes, sendo que cada um deve colocar dentro de seu calçado vinte grãos de milho, em cada pé, está é só a exigência que eu faço. Sir o questionador achou estranho esta exigência, mas como foi feita pelo mestre e era para encontrar a sabedoria, aceitou.

Acordou bem cedo, colocou os grãos, e com muito custo, colocou os pés dentro do calçado e foi se encontrar com o mestre. Ao vê-los o mestre perguntou se fizeram o que ele pediu, com a afirmação dos dois, se despediu.

Os dois chegaram até o pé do monte e começaram a escala-lo, Sir o Questionador, no meio da subida, percebeu que o semblante do discípulo era sereno e calmo, onde o mesmo apreciava a beleza do local e ele Sir o Questionador começava a sentir fortes dores nos pés, mas continuou subindo, afinal o mestre sabia o que estava fazendo e ele tinha que ter paciência, pois do mesmo jeito que o discípulo parecia ter encontrado a sabedoria, ele também conseguiria, por isto com muito esforço e sacrifício continuou a escalada.

Ao chegar no topo, já sem forças e com muitas dores nos pés sentou-se. Com muito sacrifício tirou o calçado e viu que seus pés estavam esfolados e sangrando. Ao sentir aquela brisa do monte pode recobrar um pouco da lucidez e olhar para o discípulo e qual foi o seu espanto quando percebeu que o discípulo estava feliz, admirando a beleza do local. Não agüentou e perguntou:

- Como pode eu estar com os dois pés em carne viva, morrendo de dor e você feliz sem nenhuma bolha nos pés? Você tapeou o mestre e não colocou os grãos de milho no calçado?

E o discípulo sorrindo respondeu:

- Claro que pus os vinte grãos de milho dentro de cada pé do calçado, nunca tapearia o mestre, mas ele só disse para colocarmos no calçado, não disse como e EU OS COZINHEI.

Como que se se tive levado um soco no rosto, Sir o Questionador ficou atordoado e meio zonzo, aos poucos foi recobrando sua consciência e ficou maravilhado com o ensinamento que acabará de receber e descobriu enfim A SABEDORIA que almejava chegando à conclusão que a sabedoria não estava nos outros, estava dentro de cada um, dentro de si, como o discípulo que detendo o conhecimento sobre a arte de cozinhar alimentos, usou esta ferramenta no momento oportuno para solucionar um problema apresentado pelo mestre.

Viu diante de si que não precisava ser o mestre da sabedoria para por em prática seus conhecimentos, poderia sim, com disponibilidade e amor ao próximo fazer muito, utilizando seus talentos com sabedoria.

Desceu o monte com muito sacrifício e com muita dor, amparado pelo discípulo, mas feliz, com brilho no olhar, extasiado e maravilhado. Chegou diante do mestre da sabedoria, se pós aos seus pés com humildade e reconhecimento, agradeceu e seguiu seu caminho de volta para sua aldeia e para sua família.

Ciente que tinha muito por fazer...

Bem, mas está é outra historia...