basta uma palavra sua, SENHOR!

A manhã chega rapidamente naquela parte do mundo. A impressão é que o amanhecer desponta ali mais depressa do que em qualquer outro lugar. Um nevoeiro denso emerge do vale e se alastra, confundindo-se com as nuvens. Num dado momento, céu e montanhas se fundem num longo abraço. Instantaneamente o sol desponta, colorindo a terra. O nevoeiro vai se tornando transparente. E as árvores tomam forma. E esguia e imponente, a torre da igreja vai se delineando lado a lado com os pinheiros.

As horas avançam.

8h45min. – As primeiras badaladas do sino é o chamado para o culto dominical. É o primeiro sinal que o Ministro dá aos fiéis para lembrá-los do compromisso com Deus. Nas casas espalhadas pelo vale, os colonos já estão se preparando para sair.

9h – Novamente o Ministro toca o sino da igreja. O som propaga-se por todo o vale. Os fiéis começam a deixar suas casas.

9h15min. – É o aviso aos fiéis de que o culto começará dentro de 15 minutos. E que eles já devem estar a caminho. Entretanto, naquela manhã, ninguém ouviu o sino tocar pela terceira vez, o que causou estranheza. Preocupados, apressaram os passos.

Os primeiros colonos a chegarem à igreja, atônitos, não conseguiram acreditar no que os seus olhos viam.

Diante da cruz, estava o Ministro, ajoelhado, braços estendidos, o rosto erguido para o alto, completamente imóvel. Uma luz transparente descia da cruz e iluminava todo o altar, envolvendo-o.

Assustados e maravilhados, todos correram na direção da luz.

Quando percebeu a presença dos fiéis, o Ministro virou-se e disse pausadamente:

- Irmãos, hoje eu tive o verdadeiro encontro com o Senhor!

Ergue-se do altar, apoiando as mãos no assoalho, e andando pelo corredor da igreja em direção à saída, anunciou:

- Estarei pelo mundo. Vou levar a Palavra do Senhor a quem quiser ouvir. Que Deus os abençoe!

Toda a congregação caiu de joelhos, braços estendidos, como se procurassem alcançar o céu. Gritos de aleluias e glórias a Deus ecoaram por toda parte. A congregação se fundiu numa só naquele clamor.

Silenciosamente um homem baixo e calvo entrou pela porta dos fundos da igreja. Sentou-se diante do piano. Suas mãos seguras deslizaram pelo teclado, emitindo os primeiros acordes. E um som cristalino sobrepôs-se a toda aquela exultação. Mãos agitadas folheavam os hinários, procurando. E um hino de louvor e adoração rompeu de todos os lábios, ecoando infinito pelas montanhas.

P.S. - Com este conto, quero desejar aos meus amigos do RL uma Feliz Páscoa! Que Deus abençoe a vida e multiplique o talento de cada um!

Se você não gosta da tendência religiosa aqui expressa, considere que a Páscoa significa renovação, renascimento, uma nova vida. E vem para todos que Nele crêem.

Beijos e abraços.