Sequestro: Um conto de amor.

O nome dele é Willian Cout conhecido em seu pais apenas pelo sobrenome Cout. Um escritor, poeta com vinte anos de carreira, vinte anos construídos sobre sonhos amorosos, sonhos que o machucam muito.

Em vinte anos que escreve apenas a dez vem sendo reconhecido por seus lindos poemas, poemas de amores inventados. Amores surreais que fizeram seu nome.

Ele se acostumou a ser rejeitado e também a rejeitar mulheres as quais não amasse, sempre se apaixonou por amigas das quais ouviu sempre a mesma resposta “Desculpe, somos apenas amigos”, mesmo assim foi sobre elas que ele escreveu cada texto.

Mas agora vamos ao presente.

Cout está sentado escrevendo a primeira poesia realista de sua história. Já são 3h. da manhã em uma noite de sábado e em sua frente está a mulher a quem ele ama.

Ele descreve ela ofegante, descreve o rosto sob a luz indireta, descreve o cabelo bagunçado e os olhos a refletir a luz do abajur. Descreve os gemidos entre soluços.

Willian não sabe que daqui a 1h. os policiais baterão a sua porta e ele abrirá, também não sabe que será espancado durante o interrogatório, será acusado de sequestro seguido de estupro mesmo não tendo relado nela de forma sexuada e por fim 3h. após ter escrito aquela poesia será jogado em uma sela separada dos outros presos, separa tanto por ele ter esse direito e também por medo do que os presos possam fazer com um suposto estuprador.

7h. após escrever a poesia ele irá acordar, a teu lado uma mulher vai estar sentada. Essa mulher é Elisabet aquela a quem ele sequestrou na noite passada. Ela estará sorrindo e vai confessar estar apaixonada pela poesia que foi publicada em cada jornal naquela manhã e após conversarem a queixa será retirada. 8h. depois da poesia ele cheio de ematomas sairá da cadeia de mãos dadas com Elisa e sob os fleches das câmeras. Quarenta dias após, um livro com o nome da poesia será lançado e esse será o seu maior sucesso e seis meses depois Elisabet Feliciane se tornará Elisabet Cout.

Isso tudo ele não sabe, isso tudo é o futuro do qual um poeta que toma cerveja e escrevendo as 3h. da manhã em uma madrugada de sábado não pode prever.

Sem Nomes
Enviado por Sem Nomes em 10/05/2010
Código do texto: T2247588