** O CLAMOR DA TERRA **

Por não saberem valorizar o que ganhaste de coração,

Abrem mão da eternidade,

Transformando meu solo em um inferno sem compaixão

Destruindo a vida com suas maldades

E assim vivendo na iniqüidade,

Abrem mão também da felicidade.

Dos rios e mares dou-lhes o mais saudoso alimento,

Do firmamento, o ar rarefeito para que possam com saúde respirar

Da terra fértil e arada para plantar, com o suor do seu sustento

Oferto-lhe de bom grado os alimentos.

Do calor aquecedor nos raios solares, dou-lhes o fogo, para o mal dissipar

E mesmo com tanto amor e doação não soubeste fazer algo para me agradar

Na ganância do progresso e crescimento pessoal

O ser humano destrói a Fauna e a Flora,

Pensando no crescimento de seu capital.

Neste clamor que a terra revela, implorando a sua sobrevivência

Ainda pode ser escutado por homens de bons corações

Que saibam valorizar em sua essência a vida, tendo de seus atos plena consciência

Usufruindo de seus bens com cautela e responsabilidade.

Dando liberdade as emoções, pensando no bem de toda a humanidade

Em resposta a tanto descaso e crescimento do desamor

Revoltada avança a natureza, causando terremotos, maremotos e tempestades

Tragando vidas na flor da idade, sem dó nem piedade

Tomando tudo que um dia nos ofertou

O homem busca culpados, para associar tantas calamidades

Esquece-se que foram criados, para em harmonia sobreviver e desfrutar da felicidade

Culpa a Deus e a natureza, por todos os sofrimentos vividos e as inúmeras crueldades.

Em defesa a natureza responde, com a mais pura verdade:

Com amor a sua sobrevivência doei-lhes todos os meus bens

Do pó criei-lhes dando-lhes o sopro da vida, o meu maior tesouro com alegria

E não sabendo a vida valorizar,

Simplesmente por garantia ao pó retornará

Devolvendo-me tudo o que tens.