Deveria ter errado antes

Sempre fui tão orgulhosa, sempre tão valente e tão indomável, sempre bati de frente com quem falasse de amor, achava tolice, burrice, mero detalhe, tinha a crença de que os homens não passam de animais, que se deixam se domesticar e quando alguém dizia que um dia eu provaria

desse veneno, eu ria como deboche das palavras ditas. Me achava forte e se esse veneno chegasse a abrigasse entre minhas veias, tentando chegar ao coração eu conteria. E foi apenas minha ignorância, que respondeu por mim, eu cheguei a dizer que eu não poderia ser um ser humano, só se eu fosse, '' vacinada ''. Achava que amor, era apenas para fracos, que deixavam seus corpos serem dominados, e seus atos serem impensados, que amor, pra mim era, coisa pra burro, pra quem não sabia o que queria.

E pra mim viver de aventuras, era a melhor forma de viver bem, que pra quer casa própria, se a de aluguel me dava mais prazer e menos trabalho. Conhecer pessoas, trocar experiências e não ter compromisso com ninguém, era o que mais me atraia.

Gostava de ser a sem noção da turma, a que sempre estava disposta a curtir. Até que um dia, o mundo deu a volta, fui domada, fui o ser humano idiota, burro e animal, que tanto menosprezava, me dei conta de que as vezes ter uma casa própria, é ter uma casa sua, uma garantia, de que você vai dormir bem. E não ter controlado o amor, não foi um erro, porque no amor, esse prazer eu desconhecia, eu não sabia que era tão gostoso, ser de alguém e esse alguém ser seu, só seu, não como sua propriedade, mas como o amante das suas noites, o poeta dos versos mas lindos, a sua inspiração. E foi aí que eu descobrir, que prazer de uma noite, não é o mesmo de prazer daquela noite, com alguém que faz seu coração perder o limite e bater tão depressa que você escuta o barulhinho de lá de dentro.

Eu fui tão ignorante, que deixei pessoas maravilhosas, irem embora só porque eu era melhor sozinha, deixei pessoas que fazia de mim, uma heroína, uma rainha. Pisei em cada uma delas como se fossem, parte do meu chão, e hoje que eu amo, que eu me rendi e estou completamente apaixonada, eu percebi, que ser o humano idiota eu poderia ter sido bem antes e talvez, tivesse mas poesia pra dedicar,

mais vida pra dizer que vivi.

Milena Miranda
Enviado por Milena Miranda em 09/07/2010
Reeditado em 22/12/2011
Código do texto: T2367868