Duas taças...Dois corpos entrelaçados!!!

Era meia noite,tudo estava calmo,o mundo parou de girar.Na cama permanecia Estrela,sentada olhando pela janela a lua,admirando seu encanto.Ninguém passeava,nenhum adolescente retornava da balada nem ia em direção às grandes festas,os pássaros se esconderam e os cães não queriam mais uivar.As gotas de lágrimas escorriam pelo canto da face,seu sangue circulava muito rápido e não havia qualquer coisa que lhe fizesse mudar,sair daquele mar de angústia e dormir para acordar feliz e otimista.

Suas palavras sentiam-se tão presas,não queriam libertar-se.Para quem seriam pronunciadas? As paredes não responderiam!Sua felicidade voou e deixou apenas a profunda mágoa,feridas que jamais hão de cicatrizar.O calor que seu corpo possuía dissipou-se e não sobrou uma faísca sequer,algo que um fósforo pudesse reacender.

Indagava-se,não agüentava a melancolia.Sempre fora de transmitir bons sentimentos,proclamava a paz,iluminava a escuridão.Sentia um imenso vazio em si,seu coração estava em prantos.Ninguém poderia romper as linhas do sofrimento.

Tudo que desejava naquele instante era vencer as adversidades e mostrar a si mesma que, mesmo perdida nesse labirinto amoroso,acreditava em suas convicções.Suas verdades já não tinham o mesmo poder e ninguém sabia a dor que ela sentia.Queria que sua fragilidade desse lugar a uma fortaleza,queria destruir as barreiras do medo,anunciar o término de seu desespero.

Os dias tornaram-se um fardo,a cada amanhecer seu maior desejo era morrer.Se um amor perde o encanto como agigantar-se e obter êxito nesta batalha? Sua luta não era com humanos, porém com um sentimento tão lindo e – ao mesmo tempo- tão cruel.

A fraqueza fortaleceu-se em sua alma. A tristeza apoderara-se de sua alegria.O sol do amor já não iluminava sua janela. A chuva esquecia-se de molhá-la.A decepção e a covardia invadiam seu lar.A morada do amor transformou-se em martírio. Uma luta constante com as desgraças.

Era tão jovem, entretanto seu espírito estava totalmente envelhecido. As constelações a expurgaram do céu.Em sua boca havia veneno, não sentia mais o gosto do mel.Em seus braços ninguém mais cabia, o destino lhe impedia de manifestar seu afeto por qualquer indivíduo.Tornou-se um ser solitário,alguém que as cinzas cobriram e que a água levou.

Em seu coração havia apenas a podridão.Um sentimento nojento, não digno do menor apreço.

Se a vida lhe oferecesse uma nova chance com certeza faria tudo diferente.Jogar-se-ia nos braços do amante, amar-lhe-ia sem pressa, sorriria para a vida.Voaria nas asas do amor.

Se ele entrasse pela porta...A história terminaria de outro jeito.Formariam um par perfeito!

O relógio marcava três horas da manhã e ninguém cruzou a esquina.De repente, escutou quatro passos e sentiu seu coração acelerar.Quanto mais aquele ser misterioso se aproximava,sua respiração ficava mais ofegante.Seria aquele seu namorado amante?Estava com uma capa preta que cobria-lhe o corpo e parte do rosto.

Ele a puxou e a beijou por dois minutos.Ela –quase sem voz- implorou um segundo.Ele a obedeceu,a afastou de seu corpo.Estrela desceu as escadas e voltou com uma bandeja.Nessa bandeja havia morangos,um espumante e duas taças.

Ele ficou espantado,porém sussurrou: eu quero te possuir!Não demora,vem pra mim.

Ela correu ao banheiro e ausente permaneceu por quinze minutos.Voltou muito diferente,com um ar mais envolvente,extremamente atraente.Trocou o pijama angelical por uma lingerie fatal.

Na noite escura destacava-se o vermelho.Vermelho do amor, vermelho de desejo.

Ele sorriu e a tomou em seus braços.Era ardente paixão.A alma em chamas gemia de satisfação em tê-lo.Beijaram-se e – entre um morango e outro- desfrutaram de muitas doses de prazer.

Estrela nunca sentira-se tão amada,tão desejada.Ele murmurou em seu ouvido: sua boba, pensou que eu ia te esquecer?Pensou que negaria meu amor? Eu posso errar mil vezes,mas nunca deixarei de te amar.Eu te quero a cada dia,basta eu olhar para o céu para te sentir brilhar dentro de mim.

Ela,totalmente apaixonada,respondeu:meu querido, há momentos em que a dor supera o amor, sua ausência queimava-me por dentro.Agora que tenho-te nunca hei de te perder.

As luzes das estrelas e o brilho da luz assistiam àquela cena linda de amor.Os anjos cantarolavam as melodias mais bonitas.A Terra curvou-se diante de tal beleza.Os lençóis incendiaram.Deram uma pausa e abriram o espumante para diminuir aquelas labaredas.

Suas mãos uniram-se e juntos degustaram aquele sonho encantado. Devoraram os morangos e acabaram com o espumante, a noite não ia perder seu fascínio.Ainda havia mistério! Ainda havia vontade de amar.

Amaram-se como nunca!!!O corpo ardia de prazer.Os lábios suplicavam mais beijos.A alma pedia bis.As mãos percorriam o corpo inteiro.Era um balançar delicioso! Uma entrega completa! Um pecado?!!...A lúxuria era apenas uma palavra naquele momento.Se havia crime, com certeza, esse crime era desperdiçar cada instante de emoção.

Um novo dia nasceu.Enrolados nos lençóis, formando um só ser;eles dormiam como belos deuses.Uma lágrima de contentamento deslizava no rosto de Estrela,mas o calor do corpo de seu grande amor enxugava qualquer pranto.Amanheceram abençoados por Deus e unidos para sempre.

A cidade já despertava, o Sol iluminava o mais belo casal.As vestimentas estavam espalhadas pelo chão,a garrafa de espumante vazia encontrava-se embaixo da cama, a bandeja sumiu!

Agora uma só visão...Um momento lindo,duas taças,dois corpos entrelaçados!!!

Franzaynnie

Escrito em 16/07/2010

Fran Maloukety
Enviado por Fran Maloukety em 19/07/2010
Reeditado em 27/05/2011
Código do texto: T2388088
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