E assim nasceu o amor

E assim, nasceu o amor
.
maio, ano 2010


Anita, bela jovem solitária, depois de um exaustante dia de trabalho, chega em seu apartamento, onde reside sozinha, o dia esteve quentíssimo , ela prepara um relaxante banho, usa um delicioso floral, coloca seu baby-dool de cetim transparente, prepara um coquetel de frutas, e senta-se no jardim de inverno, seu local preferido para as horas de lazer.

Sob o delicioso e refrescante aroma da noite, à meia luz, ela ouve em um tom suave uma melodia romântica , enquanto vagarosamente saboreia seu coquetel de frutas.

Encontra-se assim, totalmente absorvida em seus pensamentos, quando o telefone toca.

Do outro lado, alguém pergunta
- Alô, quem está falando.
- É Anita, - quem está falando, ela pergunta.
- É um admirador teu que está falando.
Ela pensa, quem poderia ser, há muito tempo ela não fala ao telefone com ninguém do sexo oposto, amigos são apenas os colegas de trabalho, mas ninguém tem o número de seu telefone, admirador, nem pensar, há quanto tempo, ela sequer tem qualquer tipo de relação, está sozinha há tempo, -quanto tempo, já nem se lembra, quem poderia ser..

Bem eu não sei quem está falando, sequer faço idéia, ou você diz quem é, ou eu desligo.

- Quem está falando é o Richard, teu vizinho do prédio ao lado, - é que há horas eu estou aqui te admirando, e então pensei,- bem eu também estou só, quem sabe poderíamos conversar um pouco, e amenizar nossa solidão, o que você acha.

Anita ficou corada, quando olhou para o outro lado e viu que estava sendo observada, e o pior, observada em sua intimidade, mas de que adiantaria, agora era tarde, ele já havia flagrado-a em seu minúsculo baby-dool transparente, agora era relaxar.

Ela não sabia se entrava ou se continuava o assunto, agora as luzes estavam acesas, pois ela acendera para atender ao telefone, e sentia-se nua, diante daquele olhar do outro lado.

Com a voz um tanto tímida, ela respondeu, -vamos deixar para uma outra hora, é que agora está tarde, eu já ia dormir, nos falaremos em outra ocasião.

Mas a voz de Richard era firme e decisiva, não e não, - tanto tempo eu demorei para conseguir falar com você, e agora você quer deixar para depois.
Surpresa, - como assim, ela indaga.
Ele responde, - é que não é de hoje, que eu estou a te admirar.

- Bem, então há quanto tempo.

Faz uma semana que estou residindo aqui, e todos os dias este mesmo horário, eu fico no mesmo lugar admirando tanta beleza, até que hoje eu pensei, chega, tem que ser hoje, e assim estou ligando, e o que você me diz, mereço ou não a tua atenção, depois desta longa espera.
Foi assim, que a conversa se estendeu, e ficaram conversando por mais de uma hora, até que ambos resolveram , que a conversa continuaria no dia seguinte.

Ela tenta dormir, porém não consegue, vira pela cama até quase o amanhecer, altas horas ela consegue pegar no sono, porém tem um sono agitado , e acorda em seguida.

Do outro lado, ocorre a mesma coisa com Richard, sem conseguir dormir, ele levantou-se tomou um banho e pôs-se a pensar, sentado exatamente no jardim de inverno de onde a vira pela primeira vez .


Anita embriagada de sono, como que levada pelo instinto, se é que podemos chamar assim, o amor que já abrasava os dois corações, levantou-se e foi imediatamente dar uma olhadela , também na janela que dava para o jardim de inverno de Richard.

Foi grande a surpresa quando se entreolharam, e já não houve mais dúvida alguma , ambos foram de súbito tomado por tão grande emoção, e o desejo era um só, estarem perto, bem perto um do outro, houve apenas um aceno, nem uma palavra, e minutos depois o som da campainha ecoou fortemente.

- Perdoa-me, porém não me contive.
Não houve resposta, apenas um olhar doce e ambos se abraçaram, um abraço apertado, não foi necessário mais nada, ambos sentiam o amor alvorecendo.

Tudo era silêncio, parece que o mundo dormia, não proferiram uma só palavra, comprido silêncio, mútua transmissão de vida entre dois corações.

Anita , jamais sentira uma presença tão intensa, aquele contato quente de seu rosto, sensação de total felicidade.

Numa procura vã e desesperada ela refletia sobre o que vinha vivendo, aquela busca ansiosa por respostas mudas, e agora ele ali ao seu lado, aquele desejo avassalador, embriagante, - porque não partir em busca de novos horizontes, novas esperanças, novos momentos gratificantes.

E assim, entre a tristeza de lembrar, o que era sua vida nos últimos anos de solidão, e a certeza da realidade, a madrugada fêz-se de devagar, como se a natureza sentisse preguiça ou quisesse protelar seus sonhos.

Olhou ao redor, o lençol pendia nas bordas da cama, as almofadas caídas no chão, o sol banhava-lhe o rosto, Richard sorriu-lhe um sorriso cálido, se abraçaram e assim continuaram por muito tempo, depois sussurrou-lhe ao ouvido, - a vida tem muitos mistérios, quem sou eu para decifrá-los, ela apenas respondeu:

- Não vamos tentar decifrá-los, vamos conhecê-los juntos, vamos viver esta oportunidade que a vida nos dá.
zilvaz
Enviado por zilvaz em 14/08/2010
Reeditado em 14/08/2010
Código do texto: T2438146
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.