A LOUCURA DO AMOR --> A Miragem - Capítulo 2

Borges criou coragem e se despediu do balcão, apenas caminhou em direção a saída. Ele observou a rua esquisita, respirou fundo e saiu do bar. Os seus estímulos se adentraram pelas ruas de Povilha.

Povilha era um bairro antigo, com casas conjugadas sempre com os mesmo aspectos. O que mudava eram as fachadas das residências. Em Povilha já era certo, quem quisesse conhecer o morador da residência, apenas olhava a frente da sua casa. As ruas eram parcialmente sujas à tarde, por conta do movimento constante durante o dia. E pela manhã era limpa, pois à noite o vento faz o favor de levar tudo que restou. À noite Povilha era muito fria, ela situava em uma área alta da cidade e bem restrita de qualquer bairro. Era apenas isolada pelo mundo passado que o cercava, dos seus monumentos históricos e becos sem saídas e suas latas de lixo que perambulavam por todo bairro, onde a noite os lixos viravam fogueiras para quem o quisessem se aquecer. Os moradores são basicamente senhoras e senhores que durante o dia ficam perambulando pelas ruas conversando coisas alheias com os da sua idade. As crianças eram poucas, praticamente netos daqueles que ali habitavam, mas sempre a de ver um grupo brincando das brincadeiras antigas, provavelmente ensinadas pelas senhoras e senhores que ali moravam. Eram brincadeiras do tipo: bolinha de gude, uma amarelinha, uma pula corda, era sempre algo relacionamento ao meio antigo, que hoje não mais se via. Os restos dos moradores resumiam em fugitivo da lei, traficantes, policiais ausentes, profissionais do sexo e Borge, pessoas que querem se excluir ou ate mesmo não ficar aparente ao meio das artimanhas. Que era o que Borges procurava por ser um detetive de grande determinação. Um local misterioso e longe de uma atual civilização.

Em passos descompassados Borges vai se locomovendo pelo seu intuito. Tentando mostrar respeito e firmeza para aqueles que o ver. É claro que não seria nada elegante verem um profissional naquele estado. E logo uma pessoa como Borges, que era discreto, misterioso e silêncioso.

O dia ia clareando e Borges com toda a sua visão coloidal e com seus passos largos e outros curtos o faziam se locomover pelas ruas e pelos becos de Povilha. Mas o que mais importante era se manter estável, separando assim o álcool da sua estabilidade.

Caminho, caminho e logo a frente já situava sua humilde casa de madeira velha e com luminárias pretas da cor da poeira que o cercava. Possuia uma organização singela pelo chão: com um tapete, uns vasos com belas roseiras e uma bela cortina que cobria a sua persiana. A porta era de madeira escura e de um trinco dourado cintilante. O que destacava assim sua triunfal chegada.

O seu refugio como gostava de chamar. Ficava de frente a um cruzamento de becos, onde a sua casa era a ultima do beco central. Quando não se pensava em mais seres ali habitando, lá estava à casa de Borges.

Restavam poucos passos e Borges estava lá, completamente entregues ao seu sofá que gostava de relaxar. Borges meio que sem equilíbrio ia se encostando pelas paredes e na esquina do cruzamento dos becos se esbarrou em uma moça e seu equilíbrio total foi chão.

- Desculpe senhor, não sabia que eras tão fraco ao ponto de cair.

Borges se encantou com a beleza e a delicadeza da moça. Apenas ficou em silêncio a observar sua disponibilidade em querer ajudar.

- Bebeu todas não foi? Vem que eu te ajudo. Onde moras?

- Não se preocupe donzela, desculpe pela minha embriagues. Apenas grato pela sua presença.

A moça de olhos negros olha firmemente para Borges e diz:

- Eu que peso desculpas pelo atropelo, e mais desculpas por não poder ajudar sua pessoa a chegar a sua casa, estou com muita pressa e agora tenho que ir. Foi um prazer, me chamo Rose... Adeus.

Borges apenas em silêncio nem conseguio sussurrar uma só palavra, ficou pasmo com a beleza da moça. Era uma mulher de aproximadamente 28 anos, não muito alta, de face angelical e de uma cor branca que seus cabelos negros e longos brilhavam com sua presença. Vestia um elegante vestido longo de cor preta o famoso Little Black Dress, e seus calçados? Um scarpin de salto alto e fino, fazendo assim uma combinação perfeita: com seus olhos negros e cabelos. Usava uma delicada maquiagem, brincos e colar de cor prata, carregava consigo uma bolsa e um casaco em suas belas mãos. Mas ela se foi.

- Rose o nome dela. Pensou assim borges ainda caido ao chão.

Borges ao se levantar não pensou em quase nada a não ser em duas coisas: ir pra sua casa e na donzela que acabou de conhecer. Quem será ela? Era o que mais perturbava em sua mente... Será a nova moradora do conjunto? Borges se perguntava a se mesmo.

Entrou em sua casa e se deitou no sofá que ficava logo à frente da porta da sala. A vontade era tanta de se deitar que chegou a deixar a porta entreaberta.

João Quintans
Enviado por João Quintans em 21/08/2010
Código do texto: T2451523
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