FLORA...HUMANA
Para não dizer que não falei das flores...
Vou falar da Margarida
Que viu o Cravo sozinho
Na beira da pista.
Condoída pela condição do pobre;
Apesar de muitos por lá passarem,
Mas não o verem...
Pensou ela, em ir-lhe fazer companhia.
Quando para lá se encaminhava
Uma Rosa ao lado dele
Foi plantada...
Margarida desolada
Chorou amargamente.
Suas lágrimas caídas em redor
Irrigou toda a terra.
Os dias foram passando
E Margarida do Cravo
Foi se esquecendo...
No jardim em que se encontrava
Com os amigos falava.
De repente, algo estranho no jardim acontecia;
Na terra onde suas lágrimas irrigaram,
Uma nova flor nascia...
Ninguém sabia de que tipo era,
Qual a sua espécie.
Enfim, todos aguardavam o seu florir.
Mais alguns dias passados
E o mistério foi revelado.
Naquele jardim, um Cravo nasceu;
Novo, forte, lindo...
Margarida que do pobre
Nem se lembrava mais,
Sorriu para o jovem Cravo florido.
Este porém, não lhe deu atenção.
Olhando para a pista, via a bela Rosa
Sozinha, ao lado do ancião...
Desesperado, pensava em como para lá ir.
Vendo os dias passando
E do jardim, não se distanciando,
Chorou amargamente
Pela solidão que o invadia!
Naquele jardim onde Crisântemos, Rosas, Cravos,
Margaridas, Samambaias entre outras
Como a flor de Lis; havia,
E de um mesmo mal, todos sofriam...
Eram solitários em si mesmos
Pelos seus bestiais desejos.
Pois olhando além,
Não viam que ao seu lado;
Como ele,
Havia outros iguais!...
(PEREZ SEREZEIRO)
José R.P.Monteiro SCSul SP serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br