A Perda de Paulo

Mariana se desquitou com um filho pequeno.Mais mimado,

paparicado e cuidado não podia ser.Os aniversários eram grandes festas.Marília sempre lhe dizia,com medo do futuro:-Quero que saibas que tens uma mãe que te ama muito!

E o futuro veio de forma cruel.Por necessidades econômicas e doença dos pais,Mariana teve que voltar a morar com o menino na casa dos pais.Durou dois anos, e o ambiente era doentio,impossível de criar uma criança.

Assim, foi que Mariana entregou o menino para ser criado por um tempo(esperava se recuperar monetáriamente),pelo marido e a madrasta.

Mentes cruéis,ignorantes da situação, disseram que ela rejeitou o menino.

Os telefonemas para a casa do ex marido eram constantes mas Paulo “nunca estava em casa”.

O casal lhe “fez a cabeça” e Mariana não o viu por vinte anos.

Por ocasião da morte da avó ele apareceu.Teve sucesso profissionalmente,mas o usava para se vingar da mãe pois acreditava,realmente,que ela o havia rejeitado.Era educado,simpático,gentil com todos exceto com a mãe a quem tratava com desprezo.

Apesar das tentativas de lhe explicar a situação,ele não mudou e passou a rejeitá la ,como um menino pequeno.A curta relação que deveria ser de uma conversa profunda ,quando ela queria lhe explicar que ficara 20 anos cuidando dos pais doentes, foi frustrada por ele,que já tinha sua convicções armadas pelo pai,vingativo,egoísta e mesquinho e a invejosa madrasta.A relação se desfez.

Marília não sente culpas,sequer ciúmes,sabe a mãe que foi na precoce infância do menino.

Recentemente,Paulo ,porque começava a se relacionar com a mãe,ganhou do pai e da madrasta uma viajem de tres meses ao exterior, para que cortasse relações em definitivo com Mariana.

O que a assombra foi a crueldade que Paulo desenvolveu nestes

anos quando conviveu com eles,a ponto de se vender.

Claro que para com os demais é gentil,educado e amigo,mas isto tudo repousa por cima de sua agressão doentia,tal como o pai ,Francisco que,passados trinta anos ,ainda se ressente do desquite e mais,do desquite que foi causado por ele.

Quanto à sociedade local,que sabe do fato,"lava as mãos".

Suzana da Cunha Heemann
Enviado por Suzana da Cunha Heemann em 08/12/2010
Reeditado em 23/01/2011
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