MOSTRANDO O AMOR AO MEU FILHO
(escrito inspirado em uma estória ouvida)
Meu filho pequeno me perguntou...
-“Pai, como é o amor?”
Estávamos no lago, pescando, quando ele me fez essa pergunta.
Fiquei totalmente abestalhado, perdi até a noção do que estava fazendo.
Em poucos segundos, na minha mente, aquela pergunta voava à velocidade da luz, procurando uma resposta.
Como explicar, ou melhor, como mostrar como é o amor a uma criança de 5 anos?
Naqueles poucos segundos reuni na mente tudo que conheço que possa expressar o sentido tão grande que tem a palavra amor...
Fui pensando, pensando, até que um flash de luz, uma inspiração veio à mente, num ímpeto todo o meu corpo se encheu da pureza e candura que havia naquela pergunta.
Peguei uma pedra mais ou menos pesada e a atirei no lago.
Meu filho e eu ficamos observando ela cair n’água. Eu o abracei e o coloquei em meus braços levantando-o; ele abraçou o meu pescoço e olhando para mim e para o lago viu quando a pedra afundou e na superfície da água um pequeno círculo se formou e propagou-se um pouco, depois outro maior e mais outro, depois outro e outro, até que o círculo tomou uma grandeza proporcional ao peso da pedra, e sua propagação foi o suficiente para se alastrar por todo o lago chegando as margens, inclusive chegando aos nossos pés, pois nesse momento eu o coloquei ao meu lado na margem do lago.
Ele me olhou e sorrindo me abraçou. Acredito que ele entendeu e viu como é o amor, porque logo após esse fato ele pegou sua varinha de pescar, atirou na água a isca e com o olhar no horizonte ficou agachado esperando fisgar um peixe.
Pegamos alguns peixinhos, os quais o deixaram feliz e orgulhoso.
Seu sorriso estava lindo e quando contou à mãe, orgulhava-se por ter pego o maior peixe.
Sobre o fato ocorrido que me surpreendeu, nada falou; apenas abraçou a mãe e lhe disse que a amava igual a uma pedra atirada no lago (depois expliquei à ela).
Um dia talvez, quando crescer, eu tenha que lhe trazer à memória aquele fato, e não mais a uma criança que em sua inocência compreendeu o sentido do amor pelo exemplo daquele dia; hoje um rapaz, já não tão inocente pois o viver, o dia a dia tira-nos pouco a pouco a inocência de criança e nos coloca a dureza da realidade “humana” (que mais parece animal). Então nesse dia eu tenha que explicar o que eu quis mostrar, comparar o amor... Como a pedra lançada na água, é o amor.
“Ele é lançado e vai aos poucos aumentando e se propagando até retornar à nós em uma amplitude maior, abrangendo à tudo e à todos ao redor!...”
(PEREZ SEREZEIRO)
José R.P.M. SCSul – SP - serezeiro – 13/05/05 serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br