Sonhando Com a Diva Distante

(Inspirado em uma amiga)

Hoje eu estou aqui em casa, pensando, sonhando ao olhar para os seus óculos... É que eles são encantadores quando são usados por uma mulher de olhos misteriosos e corpo sensual como é o seu. O meio sorriso me apetece. É que ele não me diz nem que sim e nem que não, e no meio desse trabalhar encefálico o que manda é a imaginação: e eu fico aqui sentado vendo-a chegar com olhares discretos e sorrisos marotos como quem não quer nada. Então, penso se "falo ou não falo, se fico quieto ou se me inquieto. Posso parecer tolo”, é o complemento de meu pensamento.

Com um gesto humilde e natural das mulheres, mas muito voluptuoso você joga a bolsa em cima da outra cama de solteiro, enquanto eu vislumbro o movimento suave que seus cabelos lisos fazem ao tampar meio rosto e completamente a face angelical parda. Ao voltar você se depara com um sorriso tênue e que ao mesmo tempo diz muito, porque o seu sexto sentindo lhe mostra a verdade do ato abstrato. Então, como não quer nada se senta em meu colo, ficando mais alta do que eu. Desencosto-me da cabeceira da cama de solteiro em que estou sentado e encosto minha cabeça em seu seio e sinto o pulsar leve de seu coração juntamente com a respiração, enquanto você acaricia meus cabelos cacheados com ternura e meiguice. Pareço estar no paraíso terrestre dos homens.

A luz bruxuleante que vem do luminar menor entra pela janela e eu consigo captar o carinho vindo de você, quando sinto o calor de sua nuca e a leveza de seus cabelos entre os dedos firmes que fazem um gostoso cafuné em sua cabeça. Quando você se inclina e encosta o seu rosto em minha cabeça, sinto a suavidade de sua pele e isso dá vazão a uma linda cena romântica.

Os cães lá fora latem, mas é só isso que conseguimos ouvir, porque não queremos ouvir o assovio dos guardas noturnos. Para nós ouvir esses ruídos externos não tem graça nenhuma. Melhor ouvir o som de nossos corações, o som de nossas respirações... Ah, como é bom!

Porque eu levanto minha cerviz e me deparo com seus lábios de frescor imenso, com os seus olhos com óculos voluptuosos que me dizem silentemente "me beije, por favor, meu amor". E eu sinto que o espaço entre nossos mundos vai se diminuindo. Um olhar nos lábios, um olhar nos olhos, coração acelerado, um olhar nos lábios, um olhar nos olhos até que nos tocamos suavemente.

Você suspira ao sentir meus lábios carnudos e quentes e eu suspiro ao sentir o seu desejo fumegante. Ajeito-me na cama onde estou sentado, abraço sua cintura e sinto cada curva sensual em meus braços fortes. Mordo levemente a parte inferior de seus lábios, enquanto passo a minha língua cálida nele, molhando com minha saliva que a inflama. De repente, sofregamente sinto um beijo mais ávido vindo de você. Eu, como todo cavalheiro, respondo com prazer ao desejo da dama. Você me deixa sentir seu hálito divino, seu desejo incontido, enquanto meu membro saltita dentro do short... E, neste momento você sonha com ele nas mãos, no mesmo instante que as nossas línguas serpenteantes trafegam com ternura em nossas bocas, no beijo cálido.

Eu a puxo para mais perto de mim e neste instante você faz o jogo que toda mulher gosta de fazer, querendo se esquivar daqui e dali e isso me atiça mais. Fico afoito. A experiência que tenho não deixa a afoiteza levantar voo. Contida, fica em seu canto clamando por liberdade, porque deixo você se levantar para fugir da excitação, correndo a olhar pela janela à lua que míngua, mas que ainda parece cheia. Em poucos instantes eu a abraço por trás, você sente meu membro enrijecido com mais precisão no meio das nádegas, sente a minha respiração no pé-do-ouvido, os meus beijos suaves, seus pêlos se arrepiam, enquanto vemos as estrelas cadentes cruzarem o céu com seu clarão. Ali a gente fala um bom tempo sobre nossos sonhos, depois a gente se deita à madrugada, quando todos já dormem. Na cama de solteiro a gente desfruta de nosso amor como se nunca fôssemos separados na vida; e o outro dia é o mais radiante de todos vividos.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 30/12/2010
Código do texto: T2700857
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