Me apaixonei pelo cara errado

É, foi amor à primeira vista. Apesar de todos os avisos, não tive como não me apaixonar pelo Cadu. Ele era o homem perfeito. Moreno, alto, olhar maroto e sedutor. E muito cafajeste. Todo mundo me disse, mas eu não quis acreditar. Ou melhor, achei que poderia mudar o Cadu, pois ele estava apaixonado por mim.

Bom, evidentemente que o Cadu nunca me amou. Fui a última a saber disto, entre tantas coisas mais. No início tudo era maravilhoso. Atencioso, carinhoso, gentil... Eu sabia que minhas amigas morriam de inveja de mim. Quem tinha um namorado mais lindo que eu? Nenhuma delas. Os problemas, porém, não tardaram a aparecer. O Cadu levou três meses até conhecer minha família. Depois de muita insistência minha e a cara feia do meu pai (que não entendia por que o namorado da filha evitava conhecer os pais dela), consegui arrastar o Cadu para um churrasco familiar. Irmãos, tios, primos, avós. Todo mundo reunido.

Antes eu nunca tivesse levado o Cadu naquele maldito churrasco. Ele, que adorava uma cervejinha, bebeu um pouco além da conta. Mas o pior não foi isto. Ruim mesmo foi assistir ele se engraçando com a minha prima, a Nanda, que nunca teve uma reputação das melhores. Resumindo, antes que a coisa naufragasse de vez, nós dois fomos embora. Saí de lá me perguntando se todo aqueles discursos contra o Cadu não tinham um fundo de verdade.

A partir dali nosso namoro começou a degringolar de vez. Fiquei sabendo que ele causara uma péssima impressão com toda a minha família e vez que outra meu pai me dava uma pressão para que eu acabasse o nosso namoro.

E eu resistia, mesmo vendo com meus próprios olhos que o Cadu já não estava nem aí para mim. Os telefonemas rareavam. Quem corria atrás dele era eu, uma humilhação após a outra. Vinham me dizer que ele era visto com outras garotas nas baladas e eu não queria acreditar, sabendo que tinha tudo para ser verdade. No fim, a única que ligava era eu, implorando amor, um beijo, uma visita.

Até que cansei.

Uma certa manhã acordei-me de saco cheio daquela situação, finalmente. A primeira coisa que fiz foi deletar o número do celular dele. Somente por tomar esta atitude, senti-me mais livre. Feliz até. Fui fazer minhas coisas, inventei atividades diferentes e, para minha surpresa, Cadu desapareceu dos meus pensamentos mais rápido do que eu imaginava.

Minha indiferença fez com que ele me ligasse várias vezes, pedindo para que a gente voltasse a se encontrar. Eu disse "não". Agora eu sou mais eu.

Patrícia da Fonseca
Enviado por Patrícia da Fonseca em 20/02/2011
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