DINÁ

DINÁ

Todo dia podemos descobrir algo novo.

Eu descobri algo depois do jogo de futebol dos funcionários da vinícola.

Rodolfo meu colega de trabalho, o cativador de corações femininos tem uma tatuagem acima do joelho, na qual se lê DINÁ.

Diná não era nenhuma das moças que ele tinha saído desde que trabalhamos juntos há seis meses. Disse que era uma antiga namorada.

O amor sempre me deixou marcas, mas nunca visíveis a quem não conhece os recônditos da minha alma; mas o dele estava à flor da pele.

As marcas ocultas às vezes doem mais, mas também às vezes o tempo ensina que era apenas algo passageiro, um fogo de palha ou aquilo que eu estava precisando naquele momento, ou talvez o típico foi bom enquanto durou.

Eu tinha alguma intimidade com Rodolfo, o que me fez dias depois na hora do almoço deixar escapar esse comentário:

- Nunca faria tatuagem com o nome de uma namorada, o namoro acaba e aí sabe,né!

Depois me disse:

- Sabe duma coisa.

Dizendo isso, levantou a camiseta e nas costas apareceu outra tatuagem com um rosto de mulher, uma lua ao fundo e com a inscrição não te esquecerei. Acrescentou fiz semana passada.

Cheguei a conclusão que apesar de seus inúmeros relacionamentos instáveis o meu amigo possuía uma devoção a tal Diná.

O que faria aquele homem cheio de lábia escrever na própria pele seu amor em vez de procurar Diná, que parecia ser muito importante na vida dele mesmo não estando fisicamente presente.

Será que no fundo daquele sedutor existia um romântico?

Não sei, achei melhor não tocar mais no assunto. E tu que achas?

Fábio Souza das Neves
Enviado por Fábio Souza das Neves em 16/05/2011
Código do texto: T2974510