Isso São Horas...

Aquele sábado estava sendo muito pesado para Helena. Trabalhando muito cedo, cuidando do filho, da loja e tendo que lidar com a difícil tarefa de esquecer um amor platônico.

Já eram quase meia- noite, ela queria dormir, abraçada nele...mas ele, estava aos estalados beijos em outra boca. Muita calma nessa hora. Respire fundo. Mas seus olhos não obedeciam a ordem de não olhar, olhava e cada pêlo de seu braço o fazia mais desejado, enquanto isso seu coração disparava, e ela esquentava.

Para não acontecer um escândalo público, foi rodar pela cidade com um velho amigo. Sentaram num boteco e tomaram vinho, vodka...

Lágrimas e risos. Não eu não te amo. Sim eu te amo. Que vida duvidosa.

Ela achava que uma simples íris diria que o amor existiria um dia. Tola, apaixonou-se por um homem sem menos demonstrar.

Ela o desejava. Ela queria sua mornidade. Seu ódio. Seus impulsos mais secretos.

Ela embebedou-se.

Helena estava fora de si. Chegou ao ponto de querer sumir para longe dele, assim jamais teria que ver novamente aquela íris , sentir aqueles arrepios. Achou que a solução seria distanciar-se dele. Não vendo, não o desejaria.

Quis. Mas a bebida só balança as pessoas. Depois temos que andar com nossas prórpias pernas. Mas Helena não andou, ela caiu. Queria ter caído nos braços dele, mas os braços dele enlaçavam outra pele. Helena chorou, borrou sua maquiagem preta, tropeçou, descalçou os scarpins pretos e tentou dormir.

Helena sonhou com ele, babou no travesseiro.

Helena acordou. Olhos inchados de tanto chorar. Helena era bonita, mas não tinha coragem de encarar um sentimento forte como aquele. Faziam anos que ela não sentia borboletas na barriga, tremerem seus braços e um desejo tão carnal e intenso.

Helena levantou-se da cama.

Começou seu dia, um banho quente.Maquiagem preta, perfume frutado. E calcinhas sem ter amado.