O destino da garota que observava o céu!!!!!!!_parte 1

Nos dias de hoje, em pleno século XXI, muitas coisas tem se perdido de maneira tão sutil que nem percebemos. Perdeu-se o brilho da magia, das superstições, das lendas e dos mitos graças ao avanço da ciência. Junto a isso se perdeu o brilho romântico que o mistério traz. E do romantismo não restou muito. Hoje, o amor outrora envolto em poesias, paixão e tragédia, permanece apenas cercado pelo sinistro véu da tragédia, onde todo amor termina em crime passional. Criado entre os mais belos e trágicos romances da literatura, fruto de um casamento sem amor, busquei nos livros aquilo que não entendia e não via no seio da minha família. Cresci homem feito e cercado de sonhos e ardentes desejos de amar! Tornei-me um romântico do século XXI, um cavalheiro sem sombra de dúvidas, mas, também motivo de chacota entre os mais queridos amigos. Durante a minha juventude busquei arduamente pelo amor, o que particularmente piorava e muito as encarnações e brincadeiras dos amigos. Claro que não fui tão ingênuo ao ponto de não me envolver com as mulheres que os amigos apresentavam e que a vida trazia até mim. No entanto, eram momentos passageiros como a primavera, supriam as necessidades da minha carne, mas não tocavam meu coração.

Quando a conheci, tomei-lhe como peculiar, não louca, mas um pouco estranha e justamente por isso prendi minha atenção a ela. Era por volta das 5 da tarde quando caminhava distraído pela rua, uma tarde como outra qualquer, crianças corriam atrás de um rabo de pipa, velhos homens se detinham a um jogo de dama enquanto as mulheres se davam a fofoca. O céu estava claro e límpido e não se via nenhuma nuvem naquela imensidão azul, a luz do fim da tarde como Toque de Midas banhava tudo em tom de dourado reluzente que finalizava mais um dia de julho. Enquanto admirava a obra prima da natureza, percebi um movimento no telhado de uma das casas. Como um passarinho que procura fazer seus ninhos nos telhados, ou melhor, como um anjo que acabava de pousar, vi uma jovem moça sentada no alto do telhado, numa proeza digna de um gato.

Havia um pequeno cômodo de onde se viam duas janelas, as quais davam para o telhado, o qual tinha um formato triangular do tipo que só se alcança o topo com certa destreza. E bem no topo estava a jovem sentada. Fosse somente isso, logo teria ido embora. Mas a jovem de cabelos escuros e pele clara, segurava um livro, uma folha de papel e um lápis. Ora prendia sua atenção as páginas do livro, ora rabiscava na folha de papel, e não raramente erguia a cabeça e ficava admirando o céu e o sol que se ia, como se esperasse por algo. Assustei-me com um menino que puxava a minha camisa insistentemente:

- Tio, tio, tira o pé da linha!!!!