Amor e Ódio

Se você pudesse compreender suas palavras da forma que eu compreendo, se você pudesse sentir na pele a dor que sinto a cada sílaba pronunciada pelos seus belos lábios. Ah, poderia você ser capaz de tanto? Poderia? Poderia você ver através dos ossos e da carne, o aspecto da alma de um ser que vomita sentimentos só para não deixar que nenhum deles fique resgardado em seu interior? Os sentimentos podem ser cruéis e te fazer sucumbir em questão de segundos. Ambos sabemos o significado dessa dor infernal, mas eu me pergunto as vezes, se você ainda se lembra dos momentos em que sofreu.

A plenitude do meu ódio e do meu amor, por você, eu desconheço. Não que eu jamais fosse capaz de te amar, ou em que alguma de minhas promessas de amor, houvesse alguma mentira, não! Jamais eu seria capaz de mentir para você, se não fosse para lhe esconder algo tão bom como uma surpresa agradável. Mas infelizmente para nós não existe mais metáforas que possam ocultar tamanhas evidências de que somos tomados por algo muito estranho, não é?! Não nos confrontamos por não haver conflitos ou porquê evitamos? Que tipo de casal somos então?! Mas seria impossível, em todo esse mundo, afirmar veementemente que alguém jamais poderia me ferir, por mais que eu meu coração fosse de concreto espesso. Por ironia, como sempre é, acontece que aquilo que me faz forte, é o que me condena. A compreensão as vezes foge, e chega um momento, em que nos deparamos que compreender e conformidade são quase a mesma coisa. Quando me ponho a questionar, somente encontro mais perguntas sem resposta. O imaginário me desconstrói, me põe contra mim mesmo e contra todos. E em tantas coisas, em cada pequeno momento, eu guardo os detalhes, pois são as coisas mais valiosas que terei de nossos momentos juntos.

Se eu pudesse descrever meus sentimentos por você, eu diria que te odeio do fundo do meu coração. E se você não entender o que isso quer dizer, então significa que você não compreende o meu ser. Mas no final, nunca é culpa de ninguém. O que tiver que acontecer, acontecerá, e se for assim, nem mesmo mil palavras erradas poderão mudar o sentido do que significa “amar”. E por isso, eu te odeio. Eu te odeio mais do que qualquer coisa nesse mundo. Estou cansado de curar meus ferimentos com band-aids e esparadrapos. Estou cansado de conto de fadas, de ignorar a morte e me fazer acreditar que no lugar dela apenas haverá um “felizes para sempre” em seu lugar. Eu não tenho bondade, eu não tenho um deus e muito menos amor. Eu não sou nada. Eu não quero mais você comigo. Não quero mais ouvir a suave melodia de sua voz, nem sentir o seu doce perfume. Acabou. Você não precisa mais de mim para viver, nunca precisou. Eu somente te faço o mal; quando na verdade quero que você seja feliz. Portanto, não podemos ficar mais juntos.

-“Adeus, minha amada…”

Gabriel Almeida
Enviado por Gabriel Almeida em 08/10/2011
Código do texto: T3265715
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