(Ode à Renato Russo,) Alfredo e Lucas

O rosto de Alfredo e o rosto de Lucas encaravam, assim, graciosamente o rostinho da sua doce namorada Gabriela. Ela estava sentada no banco da praça enquanto os dois rapazes ficavam somente ninando a pobre moça. Ela não ficava acanhada, como é natural para as moças ficarem em público, quando o namorado é, costumeiramente, um bêbe. Eles se comportavam sempre assim, por que diziam que era só uma forma de expressão da simplicidade de beleza que viam na moça e não conseguiam mostrar de outro jeito.

Tem muitas outras formas de expressão para os namorados fazerem para suas moças e, então os dois rapazes louvavam à sua namorada ser desta forma: pequena, gordinha e de pele branca. Quando é uma moça feia o rapaz geralmente não se importaria em fazer mimos para sua amada, importava ela deixar ele tocar em seu corpo, por que a sensualidade das mãos substituira uma qualquer necessidade em amá-la mais.

E assim se ama mais, mimando e sendo sincero ao que está vendo na namorada. Uma graciosadade, é assim ela e toda ela.

Alfredo e Lucas são namorado de Gabriela. Ficam os dois sentados no banco da praça, agora olhando a namorada. Há um tocador de cd's do outro lado. Eles escutam Legião Urbana, uma banda que fazia rock brasileiro no começo dos anos 80. Ela deixa Lucas passar a mão na sua barriga, ele continua fazendo uma cara de bêbe. Ele parece querer dizer umas coisas a mais pra ela. Agora ela espanta a sua mão, quando finge subir à camisa sua por dentro.

-Aí não, seu sujo!

Interpelou ela.

Alfredo é o outro namorado, está com cara também de bêbe, como o faz o Lucas. As mãos desse agora estão no mesmo lugar que ficaram o primeiro namorado, massageando a barriga, divagarzinho, da namorada dele. Ela deixa até quando as mãos pretendem ficar abusadas e sobem pela camisa por dentro.

-Você também, Alfredo! Tire elas daí!

-Oh meu bem. Deixa eu tocar.

-É deixa eu também - esse foi o lucas falando se escostando mais para perto de Gabriela.

-Oh...

Os caras de bêbe estavam mais junto, apelando e coagindo à moça espremida entre os dois. Queriam os dois algo mais próximo ali na hora. As mãos deles não estavam tocando em parte alguma a moça. Eles só faziam beicinho para em direção dos lábios dela. Ela se levanta, ao mesmo tempo rápido e com as mãos abana.

-Não...

Ela também está com o sonzinho que acabavam de ouvir, lapeia ele no chão.

-Me solta...