Destinatário e Remetente

“O tempo vai passando e a gente vai se descobrindo. Descobrindo um no outro e nas músicas que escutamos. Parece até uma dança sincronizada de tão perfeita que é. Você é o encaixe perfeito pra mim. Minhas mãos souberam delinear com firmeza sua cintura. Seus trejeitos me enfeitiçam e me mostram por onde posso andar. Seus cabelos longos voando ao vento da leve brisa enquanto estávamos a alguns quilômetros por hora na rodovia. Tudo aquilo se prendia a um lado de minha memória. Todas às vezes que acordo no meio da noite; demoro a voltar dormir... Porque suas lembranças ficam presentes e saltitantes.

Sinto saudade. Não é saudade à toa, é saudade de encontrar sua voz percebendo seu olhar. Sinto a falta de converter nossos pensamentos e diálogos em boa risada.

Confesso que só sei te querer. Hoje mais que ontem.”

Com essa última frase terminou a carta, ele se conhecia bem; e seu jeito a moda antiga o satisfazia. O prêmio maior seria ver o sorriso de sua destinatária quando abrisse o envelope, ele não estaria lá de corpo presente, mas como quem gosta, ele sentiria o sorriso dela em seu rosto quando a surpresa chegasse.

Tantas coisas ficam subentendidas na vida da gente.

Às vezes um gosto de destinatário e remetente.

Laura Aquino
Enviado por Laura Aquino em 20/06/2012
Reeditado em 30/08/2012
Código do texto: T3734836
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