AZARADO

Quando a gente pensa que não vai mais encontrar uma pessoa bacana, que nos compreenda e nos faça sentir-se bem. É nesse exato momento de desconfiança que elas aparecem. Ao atravessar uma esquina encontramos o destino. São olhos e bocas que se desejam, e tudo muda, ela vai gostar do jeito que você anda, e você vai gostar das curvas dela, seja qual for o motivo, algo vai chamar atenção e o resto se torna fácil de acontecer.

É assim, exatamente assim que não acontece comigo. Talvez eu tenha a mania de andar distraído, ou de gostar de quem não vai gostar de mim. São tantos atrasos e fracassos, são tantos desencontros que encontro numa saudade qualquer.

Acaba sendo cômico, contar essas desventuras. Lembro-me daquela menina de olhos claros e papo engraçado, falava sempre do meu bom humor e da minha gentileza, achava ela tão bonita e legal que nem ligava para sua falta de inteligência. No começo foi tudo bom, até dava um friozinho na barriga encontra-la, coisa de apaixonado sabe, esperar a hora de ver, colocar sempre a camisa mais descolada, o perfume mais forte. Ela sempre chegava atrasada e eu escondia que não ligava, mas no fundo ficava preocupado, pensando que ela não vinha. Foram bons dias, mas como uma casa de palha no primeiro vento forte tudo caiu, e mesmo recente não teve força pra levantar-se novamente.

Lembro-me também de outra, morena de cabelo bom, de sorriso fácil, corpo bonito, nem acreditei que ela caiu no meu papo. Eu sempre fui poeta com ela, rimava sua beleza com minha vontade de beija-la. Foi tudo intenso entre nós dois, o amasso era mais longo, perdíamos sempre o controle, queríamos sempre ir mais longe. Realmente ela me deixou louco, sabia provocar, mesmo não sendo de falar tanto, expressava com o corpo e eu a interpretava, e cantava e amava. Daí então o que eu não esperava aconteceu, como chuva de verão, uma tempestade veio, ilhou nosso querer, fez todo bem se perder. Tentei buscar explicação, solução, mas tudo foi em vão, acabou e acabou, foi um ponto final sem dó.

Foram histórias que se repetiram com a primeira, a segunda, a terceira, a quarta, a quinta até que parei de contar, até que parei de sofrer. Nunca entendi o motivo de elas querem partir e não voltar, ás vezes fico pensando se elas ainda sentem minha falta? Acredito que não, eu até que sinto não minto, mas não procuro, deixo o destino encontrar a próxima, se vou ter sorte? Não sei, sinto-me meio azarado em relacionamentos. Se eu ainda acredito no amor? Acho que não. Mas eu sempre costumo mudar de ideia, principalmente quando um olhar diferente me convence.

Diêgo Vinicius
Enviado por Diêgo Vinicius em 21/07/2012
Reeditado em 21/07/2012
Código do texto: T3790444
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