Uma tal tristeza

Além dessa extrema necessidade, havia alguns fatos que não poderiam ser ignorados, como seu chápeu azul. Não era, assim um azul comum. Mas como um azul de céu calmo e sensível. Esse azul refletia alguns significados que derivavam de uma grande parta da sua força. Então todos podemos concluir, que essa grande sabedoria, do azul seria sábia. Além de ser sua cor preferida. Seu chápel azul em lã, o havia custado quatrocentos reais no último verão. Nessa época, alguém o teria dito que lhe daria um ar de grande investigador galã do cinema. Desde então, ele pode combinar seu chápel azul com uma pena média de cor preta. Onde quer que fosse, esse chápeu tomava vida nesse ambiente. Chegou a perdê-lo algumas vezes, mas sempre havia em qualquer lugar, uma bela moça que procurasse o belo dono daquele chápeu. Normalmente deveriam pensar, que alguém que usasse aquele tipo de acessório teria um grande estilo vocatico que as tornariam indestrutíveis - assim ele pensava. Andava também, com algum tipo de caneta esferográfica que possuia uma cor um tanto de preto exótico, e um bloco de folhas amareladas. Algumas pessoas costumavam pensar que talvez ele estivesse as desenhando, ou fazendo algum tipo de anotação em que as deixariam envocadas, mas essa segunda maneira de pensa perturbava apenas as pessoas que costumavam achar que as pessoas sempre acham algum ruim delas. Então, tudo o que ele fazia era abaixar seu chápeu azul e esconder um pouco o rosto, e ninguém nunca saberia o que estava sendo escrito ou desenhado.

Costumava, também, chegar no fim da tarde daquele verão e sentar por horas num bar próximo ao porto e encontrar alguma graça na forma simples que as pessoas contavam seus casos. Ninguém nunca imaginária, que aquele menino de ossos largos e pele branca, que usava um chápeu de um azul extrangeiro, pudesse possuir por dezessete anos aqueles sentimentos. Quero que fique bem registrado que seu estado de espirito sempre foi de um bom moço. Mas quem duvidaria que com dezessete anos alguém pudesse ter sentimentos de tristeza? Talvez num segundo, terceiro ou quarto gole, ele pensava. Ninguém nunca saberia o quanto sua história adquiria de sentimento. Não escondia se quer um sorriso. Repuxava a boca enquanto tava algumas gargalhadas, e até mesmo esbugalhava os olhos como se tudo o que sempre fosse feito era gargalhar de uma boa história de marinheiro. Mas o fim da tarde, quanto a noite caia, costumava se recolher antes do muito tarde chagar e todo o seu medo se transformar em alegria.

No inicio daquele verão, Joan conheceu Anna-Licier. Essa menina possui um grande sorriso, e ele, um pouco mais novo, poderia odiar tudo o que ela representava, mas não queria. Foi ela quem o deu seu primeiro amor, seu primeiro sentimento de ódio e alegria por possuir esse ódio. Ela quem contribuiu para essas espectativas de uma possível vaga no jornal local, e então... O levou para sua casa. Joan com seus dezessete anos deixou algumas vontades, como: garotas e jogos de meninos. Dono de uma grande consciência, deixou que todas as suas vontades fossem controladas por uma estranha, por uma venenoza flôr. Foram dez vezes em duas semanas nos pequenos brinquedos da exposição de leite da zona agrícola do estado de minas. Tomou posse, de dez medos, e costumavam se trancar no carro de seu pai depois que "o grande general" ia dormir. Entravam sorrateiramente na garagem e lá se encaixavam no pqeueno carro da maneira que podiam. Sem querer inverter o sentido desses significados definitivos, mas lá começaram a se amar. E embora ela não pudesse dizer que o amáva, lá ele podia ver o amor sair de seus olhos e entrar pela sua boca. Tocando sua pele, entrando pelo seu vestido e saindo em forma de significados de que nada se valhem, além do amor. Lá, no pequeno carro, se não houvesse o amanhecer, eles ficariam por toda eternidade, e nunca se enjoariam. E nunca se deixariam. E nunca deixariam de se abraçar. E não havia perigo. Seus pais nunca os aprovariam. Eles se sentiriam seguros para sobreviver. E nunca deixariam um ao outro. E nunca se esqueceriam. E aquele pequeno carro seria eterno. E essa flôr cortaria qualquer desvantagem sobre a dor. Não existiria dor.

Quando confessado seu amor, ela, Anna - Como gostava de ser chamada -, não poderia mais vê-lo. Não com essa compreensão de medo cotidiano, como qualquer amor pode ter medo. Mas era um medo obscuro que nem ela mesma entenderia qualquer dia. Ela poderia dizer: Vejo esse medo se arrastando pelo meu corpo, tomando vontade nos meus sentimentos. Eu vomito esse medo, e ele com medo, volta para mim. Ele nada dizia. Porque ele sabia que esse medo dava vantagem sobre ele. E que ele sobreviveria, mas sua alma cortaria. Ela nunca mais voltou para correr até a colina, ou para entrar sorrateiramente no carro. Ele chegou a pensar, mas tentar entender agora só seria muito mais difícil. Deixar correr esse sentimento o suforia. Seria como deixar uma corda se enrroscar em seu pesçoso e pular alguns andares do edifício mais alto do centro de São Paulo. Ele nunca saberia sobreviver a tanta dor. Então ele voltou para o Rio de Janeiro, e deixou seu corpo vagar por algumas solidificações. Ele entendeu que nunca amaria novamente. Foi apresentado à algumas garotas, mulheres e pessoas que o fariam demasiadamente tomar seu lugar. Mas ele nunca poderia deixar de existir nesse único instante de verdade. Costumava se perguntar do por que, ou quem se guarda. Não via sentido nessa pergunta. Foi vagando nessa solitude, que então encontrou esse chápeu de lã azul no último dia de verão. Uma mulher muito elegante disse que lhe esconderia o rosto que possuia esse aspécto de tristeza. Embora ele não concorasse com a definição pré-concebida sobre aquele sentimento, achou que aquele chápeu azul significaria muito mais do que guardar sua tal tristeza.

Yuri Santos
Enviado por Yuri Santos em 22/07/2012
Reeditado em 22/07/2012
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