Meu nome? Péssima ideia.

Um pedaço de carne, uma garota disponível, volúvel, que te quer muito hoje, mas amanhã vai fazer isso com qualquer outro. Eu sei que a ideia é furada, mas não consigo tirar da cabeça? Eu me fantasio de boy lixo pra me blindar, pra esconder a minha vontade imensa de pertencer a alguém.

Eu chamo ele pra me ver, pra participar do show "garota só por uma noite". Me vendo fácil, faço pose de forte, me deixo ser usada, mando ele ir embora em seguida. Sozinha, eu desabo. Não é fácil, mas é necessário. A cabeça concorda comigo, me diz calmamente "você tem razão, péssima ideia", mas meu coração idiota não cansa de gritar "porque não?". Eu ontem me pintei de garota bem resolvida e armei tudo pra ver ele indo embora feito um ratinho depois de ter o que queria, pra ver se meu coração desapega dessa ideia. Agora é peito apertado, nó na garganta, vontade de ser mais, mas vai passar.

Vai passar, porque o lance não é com ele, ele é só um garoto, que não quer, não precisa e com certeza não consegue me encarar. O lance é comigo. Eu reafirmo: a pior coisa que alguém pode fazer consigo mesmo é se aproximar de mim. Eu e meus problemas afetivos. Eu e minha carência horrorosa. Eu e minha mania de enxergar príncipe encantado em todo mundo. Eu e minha imaginação doente. Eu. Eu é que sou o problema, a péssima ideia. Eu é que quero levar esse barquinho furado adiante, deixar ele entrar nessa confusão, querer insistir em algo que eu tenho certeza de que não dará certo. Depois de ontem ele já está lá com o ego inflado e a certeza de que eu sou completamente pirada, eu vou colocar mais umas 2 pitadas de drama, só pra bagunçar tudo de vez. E então, mais uma vez, estarei livre das encrencas que eu mesmo invento.

Denyse Barrêto
Enviado por Denyse Barrêto em 20/08/2012
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