A CORRESPONDÊNCIA DE SANDRA

Tudo começou,muito antes,lá nos tempos da formação colegial.Sempre admirando os seus professores.Uma em especial,a professora de literatura.Dizia sempre para esta: “Lá na frente,quando me formar,pretendo ser assim,que nem a senhora,uma professora dedicada primando sempre em levar aos alunos,o conhecimento à cerca dos vários movimentos literários que existiu durante a história mundial”.

E assim,a bela com muitos esforços,dedicada aos estudos,conseguiu se formar em literatura,pela Universidade Federal,da capital onde morava.Concluído os estudos logo em seguida conseguiu um estágio numa grande escola da cidade na qual foi lhe oferecido.Seu nome? Sandra,uma bela mulher,recém-separada,que tinha em seu íntimo achar alguém que fosse diferente do seu antigo marido,e que este pudesse ser o grande amor da sua vida,a paixão que o mundo guardava para ti.Apreciada pela juventude como uma professora bastante bonita e inteligente,nem ligava muito,pois sabia separar bem esses elogios,dos seus compromissos com a educação,fazendo vista grossa quanto aos verdadeiros casos que aconteciam entre professores e alunos com frequência naquela cidade imoral,como bem dizia ela.Descrever aquela professora?Pois bem,podemos adiantar que ela era linda,alta,com seus quase 1,80m de altura,procurava sempre está bem vestida,com seus vestidos longos estampados,sapatos sempre combinando,junto com os seus colares que faziam parte dos adereços do teu escultural corpo.Mas,a sua grande marca eram sim seus lindos cabelos,crespos e assanhados,que assumia com grande orgulho diante aquela elite racista que te olhava feio.

Num belo dia,entre um intervalo e outro,nas trocas de turmas,deparou-se com um belo rapaz,cumprimentando,logo soube tratar-se de um vendedor de livros,estes que aparecem em escolas a pedido de editoras mostrando novidades.E segue adiante,encantada com o rapaz.Uma porta á direita,dirige ela a sala dos professores aonde pretende fazer um leve repouso e ali algumas correções das atividades dos alunos.E de repente aparece o rapaz,aquele mesmo,o vendedor de livros.Educadamente,este dar-lhes bom dia,e lhe é retribuído.Pede licença para sentar-se junto a ela,que cede,deixando.E ali,passam a conversar alguns minutos sobre vários assuntos afins.Encantados um pelo outro,resolvem marcar um encontro para afinar,estreitar mais as relações.Encontram-se.E logo nesse primeiro,percebem os dois que formariam um par perfeito,pois tinham já muita afinidade e intimidade.E começam a namorar.Prometidos um ao outro,resolvem fazer uma promessa: "Primar acima de tudo pelo encanto,pela poesia,pela literatura,pelo amor.Serem intensos até quando durar a relação." A promessa é então selada por eles,de forma bem diferente.Um pondo a mão sobre o peito do outro sentindo a palpitação e a outra mão no pulso,logo a pulsação.Ela sempre o admirou,pelas diversas palavras de amor e declarações arrebatadoras a ela e mais,por este ser um negro possuidor de uma beleza não conhecida antes,por dentro e por fora.Ele,tinha a mesma altura que ela,alto,forte,traços másculos e viris,na qual a deixou desnorteada.Passados mais de 4 meses de namoro,muito a vontade,certo dia ela foi a casa dele fazer-lhes uma visita.Chegando lá,recebido com um beijo na entrada,acomodou-se na sala.Distraída,olhando os quadros nas paredes,esperando ele terminar de se arrumar para juntos sair a um jantar,ela vai até o seu quarto pegar livro para ler enquanto o espera,encontra,um livro qualquer que viu na frente.Ao abrir,na 1ª página deste,ver um convite para um Sarau.Até aí tudo bem,mais algo tomara a sua curiosidade.Pois no convite,percebe que haveria nos próximos dias na cidade,uma apresentação de vários poetas,e desses vários,ver a foto de alguém muito familiar,quando olhando bem descobre que um dos rapazes da foto é o seu namorado.Sim,ele mesmo,o seu namorado é um grande poeta,e bastante conhecido na cidade!

No anúncio,ele assinava com o nome africano,de língua materna na qual fora batizado.(até então não dito a ela).Ele era angolano,seus pais eram refugiados na época do antigo regime colonizador existente naquele país,e já aqui no Brasil,fez ao máximo para que seu filho tivesse tudo,educando,criando-o.E assim,ela fecha o livro,e ao encontro dele nada diz.No dia do tal Sarau,resolve ela ir,só,sem ninguém por perto.Escondida lá de longe,viu o lado poético do então namorado,que nem imaginava saber.E por detrás de folhas e pilastras o assistia,emocionada.Ele recitava como ninguém.Ela sabia que ele tinha uma veia radical,um esquerdista de mão cheia,ele queria mudar o rumo da história a qualquer custo,mas naquele dia,naquele momento os poemas que lia eram outros,eram românticos...

Lindos demais! E neste,coincidência ou não,o título tinha o seu nome: Sandra.

E recitou!

O poeta recitou com muita emoção,tanto que mesmo de longe a bela conseguiu ver um brilho aquoso,era um rastro de lágrima que descia lentamente dos seus olhos,de tanto amor por ela.E mesmo o admirando,chocada por tanto amor lhe depositado,Sandra resolve sair do recinto.E a passos curtos dado para trás,em silêncio,cada vez mais se distanciava.Sem deixar pista.Sem ser vista...

E sumiu!

No dia seguinte,o namorado a procura desesperadamente,pois ninguém sabia do seu paradeiro.Nem mesmo os familiares dela.Passa-se 1 ano, 2 anos, 3 anos...10 anos! E nada. Certo dia,logo ao amanhecer,ainda desolado,alguém bate a porta de sua casa e o poeta é surpreendido por uma correspondência repleta de selos e carimbos,demonstrando ter passado por vários países.Ele afoito,pega a carta,rasga as extremidades,retira o papel dobrado em 3 partes simétricas,estica ele por inteiro e ler.Aonde,nesta diz:

Meu amor

"Sabida,dos muitos anos de estudos voltados a literatura,em especial ao romantismo,percebi que os conteúdos a respeito destes são todos muitos sinceros.O romantismo nunca perdeu a sua essência,aliás,nunca perderá,você então para mim foi algo...completo!As suas poesias tem uma profundidade tamanha,e novamente,repito,sabida disso,vi que deveria respeitar a história,dando continuidade a ela.E assim,nesse exato momento em que esta minha carta ler,eu,laçada ao pescoço com uma corda,içada ao alto,presa a um enorme pedaço de madeira forte no teto de minha casa,aqui do outro lado do Atlântico,salto agora de um banco raso de acento trançado,buscando falecer.Pois é,em nome do romantismo,faço valer a época,aonde o homem sempre idolatrou a mulher,e a perda desta pela morte,fora a sua grande causa para existir. ”

"O amor e a eternidade nunca envelhecerão.Serão ainda pouca para nós dois."

Ass: Sandra

*** Como sempre,gosto de dedicar algum trabalho literário as novas amizades ou quando estreito as mais antigas.É,esse Conto,eu dedico a você,minha professora de Literatura Sandra Souza,que tanto me apoiou e me apoia.Conhecedora como poucos de literatura,história brasileira e geral.Sem mais...

O meu,muito obrigado!

"Eternizar,não é só inventar,descobrir algo pra ficar marcado na memória da humanidade,eternizar é ser sensível,deixando marcas profundas para sempre nos corações dos seus."

Ass: Marconi Machado Menezes

MARCONI MACHADO MENEZES
Enviado por MARCONI MACHADO MENEZES em 07/10/2012
Reeditado em 10/10/2012
Código do texto: T3920853
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