Eduardo Emenegildo

Eduardo amava Lúcia, mas os dois eram tão jovens que seus pais não permitiam que namorassem. Quando os dois chegaram aos dezesseis anos, o pai de Lúcia disse-lhe que ele precisava arrumar um trabalho para poder casar com ela. Eduardo então, louco para ter Lúcia, foi para São Paulo em busca de trabalho e dinheiro.

Em São Paulo Eduardo trabalhou em diversas funções, era o início da década de quarenta e a cidade estava em plena expansão. Dois anos de muito trabalho durante o dia e de muita lembrança e lamentações à noite, Eduardo só pensava em economizar para voltar e casar com Lúcia. Esse era o seu sonho.

Já no meio do terceiro ano de trabalho, Eduardo já tinha uma boa quantia de dinheiro acumulado, então comprou um automóvel, ternos novos e tomou o caminho de volta para sua pequena cidade no sul da Bahia, feliz da vida por já ter o suficiente para casar com a sua amada Lúcia.

Chegou à cidade no meio de uma manhã de domingo, em seu carro novo e muito bem vestido. Dirigiu-se a casa de Lúcia, estacionou seu automóvel, penteou seu cabelo no espelho retrovisor e muito sorridente bateu na porta da casa da moça. Uma senhora abriu a porta e disse-lhe: - “Pois não senhor. O que deseja?” – Eduardo não conhecia aquela senhora e perguntou por Lúcia que morava naquela casa três anos atrás. A senhora respondeu dizendo que os pais de Lúcia morreram num acidente com um caminhão e que Lúcia, depois da morte deles foi embora pra São Paulo. Ela se casou lá e tem dois filhos gêmeos. Estivera na cidade ano passado apenas para uma breve visita, pois seu marido estava abrindo uma fábrica em Salvador e que eles se mudariam para lá. Os filhos dela, os dois gêmeos meninos, um se chamava Emenegildo e o outro se chamava Eduardo, e que agora a família morava em Salvador.

Depois de ouvir toda a história, Eduardo entrou no seu carro com os olhos cheios d’água e partiu rumo a Salvador.

Charles Silva

CharlesSilva
Enviado por CharlesSilva em 25/10/2012
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