XXIII-VI-XII

Depois da última noite de festa, todos esperavam amanhecer, e eu só queria prolongar cada ponteiro, para fazer durar eternamente aquele instante. Foi um encontro sem planos, que despertou em cada uma de nós risadas sem motivo, olhares sem direção, emoções sem coragem e caminhadas sem equilíbrio.

Parecia nascer em meu estômago mudas de esperança, mas tão pequenas e tão frágeis que o coração dela não pode perceber. Almas preconceituosas fizeram questão de nos rodear, com olhares que nos miravam como serpentes e risadas que expeliam todo seus venenos.

Mas o que eu desejava parar parecia estar querendo correr, os ponteiros tropeçavam na ânsia do toque, do seu corpo delicado e miúdo que contraia futilidade e espelhava a falta de estereótipo, que me enfeitiçava em proporções gigantescas e compulsivas. Me perdia nos paralelos da imaginação e da realidade e sempre me encontrava em você, no futuro, no passado, e naquele presente tão distante.

A festa parecia não ter fim e minha frustração infinita, ciúmes passageiros. mas marcantes. Pessoas fazendo metamorfose de conhecida para colega, mas com sensação de amiga. Solicitações, trocas de celular e indiretas sem maldade, pelo menos foi o que eu acreditei.

O que eu realmente vejo é que o tempo voa, e ele voou aquele dia de 'fiorino', levando a pessoa em que eu mais queria estar junto naquele momento, me levou junto, mas a realidade me empurrou sem pára-quedas para minha cama, onde depois de suspiros, lembranças, cheiros e lágrimas, eu tento me fixar a ideia de que isso só foi um sonho lindo e que precisa de continuação pro final ser perfeito.

Laísrosa
Enviado por Laísrosa em 05/01/2013
Reeditado em 15/08/2017
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