A culpa é do amor

Brincamos o dia inteiro na lua, você lembra? Ainda sim chegamos bem a tempo do jantar. Fomos tão livres e jovens aquele dia! Voamos tão alto, planamos como pássaros e não sentimos a queda. Omundo girou rápido demais naquela noite, lembra? As estrelas estavam a ponto de cair. Vimos tanta coisa linda, eu nunca teria notado as borboletas no escuro se você não estivesse comigo e você encontrou tantos vaga lumes na luz do dia, disse que se eu não estivesse com você jamais teria notado. Foi como se a beleza do mundo tivesse se ampliado mais naquele dia só para que pudéssemos vê-la. Estamos sempre caminhando como formigas fazendo nosso trabalho e não percebemos o quanto tudo é infinito comparado a nós, mas nós naquele dia éramos infinitos, não cabíamos nesse mundo, poderíamos voar por todas as galáxias as mais distantes da via láctea, mesmo assim ainda seriamos grandes demais. Como podemos ser tão pequenos comparados a imensidão do mundo ao mesmo tempo tão grandes comparados a essa mesma imensidão? Ficamos tão sensíveis aos detalhes, um beijo seu e já consigo ver estrelas na manhã observando o nascer do sol. Estou vendo, sentindo o mundo com um olhar que antes eu não possuía e a culpa não é sua, a culpa é do amor.

Luiza Bruun
Enviado por Luiza Bruun em 08/05/2013
Reeditado em 12/01/2023
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