Lua de Mel

O Casal, sabendo da necessidade de uma noite de amor após consolidarem por meios legais o ato do matrimônio, em meio a tantas escolhas, optam por um motel. Vejam que existem disponibilidades nas cidades, como hotéis e outras fontes de entretenimento para os que desejam uma noite de desejo em um ambiente discreto. A correria do dia-a-dia e as despesas das classes mais baixas, faz com que não tenham aquelas regalias de viagens ao exterior e outros clichês de novela. Pensam nos atrativos do ambiente comercial feito para satisfazer as fantasias desse ser sexual que é o homem. Acreditam na diversão em um período maior, onde poderão desfrutar de piscina, sauna, hidromassagem, além da proposta de uma decoração e todos os atrativos que garantirão uma noite inesquecível.

Chegando ao referido ninho de amor, encontram a decoração. Pétalas artificiais de rosa, talvez para aproveitarem em outras decorações. Existiam algumas outras formas espalhadas, em formas de pequenos falos e vulvas, pois quem decora, acredita que isso estimule o erotismo. Não existem toalhas e roupões. O ramal é discado e pede-se as toalhas, que serão enviadas. Quanto aos roupões, o funcionário diz que aquele estabelecimento não possui. Tentam entrar na piscina, que diz ser aquecida, mas que conserva uma água gelada em uma noite de temperatura baixa. A cascata cai sobre os corpos nus, que já se esquentaram na cama, pois recém-casados não costumam perder muito tempo quando chegam a esses lugares. Gemidos, beijos carícias e muita água gelada. Isso faz com que entrem na sauna primeiramente.

Deixam os corpos suarem bastante para conseguirem coragem de se aventurar na piscina. Uma barata aparece sorrateira, próxima ao ralo da sauna. Saem e pulam na piscina. Batem queixo e resolvem sair. A banheira de hidromassagem foi liga e começava a encher. Solicitam um apetitoso bife à parmegiana. Conversam, se beijam, adoram a nova etapa que vivem. Aqueles olhos se encarando. Chega o pedido, com os bifes praticamente crus. O homem, mais animalesco, ainda consegue devorar o seu, mas fazem a reclamação pelo ramal. O atendente diz que poderia passar novamente os bifes. Mas preferem deixar o que está feito e pedir uma nova opção. Uma apetitosa lasanha no cardápio, foi a escolha, como seria uma porção individual, pedem duas à bolonhesa. O recepcionista liga de volta, dizendo só possuir uma lasanha à bolonhesa, o que faz a segunda ser de molho branco. Chega o pedido. A lasanha vem, com aparência que não é das melhores. A fome é um ótimo aperitivo e se sentiram satisfeitos.

Se recordaram de que o evento foi anunciado e que ofereceram uma garrafa de bebida. Ligaram ao atendente que disse desconhecer isso e que pediria informações. Uma nova ligação dizendo que a garrafa de champanhe estaria a caminho. A hidro estava pronta. Entram e sentem a água gelada. Ligam para a recepção, que avisa que irá desligar os disjuntores para ver se resolveria o problema, já que o sistema elétrico parecia estar sobrecarregado. Continuam aguardando a água aquecer, despejando sais de banho e espuma, como força de distração e diversão. Deixam transbordar a água, que começa a invadir o quarto. Abrem e fecham o teto sobre a piscina, mas o sereno faz com que o deixem fechado. Na tentativa de solucionar o problema elétrico, a ligação falhava, o que fez com que o recepcionista dissesse que iria trocar o aparelho telefônico e que alguém iria levar o outro modelo.

A campainha toca como de costume e o homem sai de toalha para abrir a porta que separa o quarto do local onde são deixados os objetos pedidos. Quando abre a porta, se depara com uma atendente que tenta esconder o rosto com uma das mãos e com a outra estica o aparelho telefônico, para o homem em trajes íntimos. A mulher se desculpa e se retira, o cliente volta para o quarto e comenta com a esposa, os dois caem na gargalhada, já descartando a possibilidade de retornarem aquele local. Apagam as luzes e se divertem com a luz negra que faz os dentes ficarem brancos, como se tivessem pastilhas na boca. Sem conseguirem o aquecimento, resolver tomar banho, com a informação sobre as torneiras de que a temperatura pode chegar a cinqüenta graus. Abrem com cautela e apenas água fria sai da ducha. Chega o champanhe que é uma sidra. Bebem e aquecem-se um com o outro. Acordam e descobrem que foi restabelecido o problema elétrico, mas já estavam no fim de sua estadia. Tomam um banho quente pela manhã, após uma madrugada com frio.

Por fim, começam a ler os regulamentos do local. Um deles especifica, que se deixarem a hidromassagem transbordar e inundar o quarto, será cobrada uma taxa elevada. Se arma com toalhas e panos e começam a enxugar o chão, torcendo os panos dentro da hidro e procurando dar o mínino possível de indício de inundação. Saem, apesar de tudo, felizes. São recém-casados. Tudo é magia e as dificuldades fazem com que possam registrar momentos únicos, inesquecíveis. A vida é essa maravilha de surpresas.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 15/06/2013
Código do texto: T4342772
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