Ultima Vez..

Certo dia estava eu sentada na Praça Sol Poente quando pude apreciar uma linda moça sentada no banco sozinha, não entendia porque fixava meu olhar para aquela direção. Depois de alguns minutos chega um belo rapaz e a abraça profundamente e a beija com tanta intensidade como se fosse a ultima vez, eles pareciam tão apaixonados, tão verdadeiros, eles eram perfeitos um para o outro.

A mocinha ainda era uma estudante (usava uniforme do conde de linhares) e o rapaz estava no horário de almoço, que por sinal já estava no fim. Para não notarem minha estranha observação peguei uma revista na bolsa e dissimulei certo interesse por ela, não era grande a distância entre nós dava para ouvir alguns sussurros entre eles, saía muitas vezes um “eu te amo” e juras de amor eterno, continuavam dizendo coisas lindas um para outro com tanto entusiasmo e ardor que mais parecia uma despedida tudo era muito intenso para o momento.

Meu coração apertava e doía cada vez que olhava para o lindo casalzinho até parecia uma premonição, nunca tinha os visto antes mais já sentia tanta admiração por aquela ternura, amor jovem é sempre cheio de surpresas, novidades, descobertas... Arrisco em dizer que até a melhor fase da vida.

O sino da matriz toca era meio-dia, terminava ali o horário de almoço, sentia um vento frio que balançava as árvores e os cabelos pretos da jovem, eles só tinham alguns minutos para despedida, a moça desconfortável com aquele momento o abraça forte mais forte ainda que no início do encontro, eles deram um beijo como se o mundo estivesse acabando ou as estrelas estivessem caindo do céu ou o mar estivesse tomando conta da terra naquele momento. Mais o rapaz já estava atrasado precisava partir, segurou forte a mão dela e disse no tom suave e leve EU TE AMO. Ela com os olhos brilhando e com as mãos trêmulas retrucou: EU SEMPRE TE AMAREI, o rapaz sorriu, sorriu como se tivesse realizado um sonho, se virou lutando contra as pernas para não voltar, calando o coração para não gritar para a cidade o que estava sentindo e enfim atravessou a rua, quando fatalmente um ônibus veio em sua direção e ele foi atropelado. O único som que ouvi naquele momento foi a voz estridente da mocinha apaixonada gritando o nome dele com tanta aflição, ela ficou paralisada por alguns segundos e desesperadamente começou a correr na direção do corpo deitado no chão, o seu amado tinha partido, já não estava mais presente como antes, não podia mais dizer palavras belas, e nem segurar em sua mão, nem dar beijos intensos, nem... Pensava angustiada comigo será que tudo havia-se perdido? Tinha acabado ali? O quanto dura o eterno? eu já não podia mais ficar presente aquilo tudo já era demais por um dia, decepcionada com o destino andei em direção a minha casa ,com a imagem da moça chorando ao lado do cadáver de seu amado.