Amor descrito



Foi como ver o amor descrito em forma humana.
Andava com passos curtos e levemente como se pisasse em algodão, os dedos do pé perfeitamente nivelados do maior para o menor, com as pontas arredondadas e as unhas em formato quadrado exibiam uma base que deixava ver o sangue que corria dentro das unhas. No tornozelo delicado uma pequena tatuagem de flor que combinava com a sandália de solado florido.
As panturrilhas desenhadas iguaizinhas faziam um encaixe perfeito com os joelhos rosados que apareciam toda vez que a ponta do vestido era levantado pelo vento que soprava um pouco mais forte naquela manhã e fazia com que as suas coxas mediamente grossas, mas bem torneadas apontassem.
Seu andado era mais um desfile não andava devagar nem depressa era sob medida para sua postura. Usava calcinha quase fio dental, pois como o tecido do  vestido fazia movimento com o soprar do vento as vezes deixava ver perfeitamente o desenho de suas nádegas que balançavam ao movimento do quadril que fazia um encaixe perfeito com a cintura nem grossa, nem fina e que deixava ver uma pequena saliência no abdômen, mas nada de exagerado, pelo contrario a deixava mais verdadeira e mulher.

Os braços longos de pulso fino onde uma pulseira de miçangas enfeitava fazia um conjunto belo com as mãos de dedos cumpridos e finos com unhas curtas e sem esmalte, os ombros esguios suspendiam as costas largas que o vestido "sem costas" deixava aparecer onde repousava um beija flor em ramos que seguiam da costela para o quadril.
As alças finas mostravam duas "saboneteiras" a da direita com uma pinta preta perto do colo que carregava uma medalhinha de prata que adormecia entre os seios de tamanho médios e bem arrebitados que as vezes os mamilos endureciam por talvez sentir arrepios pelo vento, pois os poros de seu braço também se elevavam e os pelos se levantavam por breves segundos.
Pescoço longo, alguns fios de cabelo roçavam sua nuca que entre os cabelos escondia três estrelinhas que apontavam para trás da orelha que com dois furos segurava os brincos de lua.
Queixo redondo, lábios rosa, não por batom, mas por ser naturalmente assim eram umedecidos pela saliva que a língua deixava quando passava entre eles. Um nariz desenhado proporcional ao seu rosto meio oval e que realçava os olhos que piscavam de  seis a sete vezes por minuto e era a única hora que o mundo se privava daquele castanho mel com risquinhos bem finos e pretos e uma pupila levemente dilatada. As sobrancelhas desenhadas na pinça faziam com que seus olhos tomassem um ar de mais abertos já que os cílios não eram muito longos.
Na testa uma pequena mecha da longa franja ruiva as vezes caia e ela a colocava atrás da orelha esquerda, pois mesmo tendo os cabelos amarrados o vento conseguia bagunça los um pouco.
Entrou, e por longos dois minutos permaneceu na minha frente, pagou suas contas e saiu do caixa eletrônico.
Me apaixonei em um minuto e em dois eu já a amava, era a forma do amor que saltava dos meus pensamentos.

 
Roberta Krev
Enviado por Roberta Krev em 22/08/2013
Código do texto: T4446613
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.