O homem que se apaixonou pela lua

Mais um inverno terminara. Não se via mais o gelo nas ruas, não havia mais arrepios causados pelo vento frio. As flores mais corajosas já davam as caras, queria ele ter tamanha coragem. O inverno se foi, o gelo na rua derreteu, mas aquele rapaz se mantivera congelado. Já não sabia ao certo quantos invernos viu da pequena janela do quarto. O tempo passava, e não sabia o porquê dos invernos durarem mais que o restante das estações.

À noite, costumava sair. Subia a parte mais alta da montanha e se deitava na grama seca. Ali apreciava sua amada, apenas de longe. Seus olhos velhos ainda percebiam tamanho brilho e beleza. Eram raras as noites que não a visitava, e nessas noites, ainda que em pensamento, conseguia vê-la.

Ao contrário da maioria, não afogava suas magoas na bebida, não, ele tinha uma maneira diferente de acalmar e tentar esquecer suas dores.

Ele foi jovem, hoje não mais. Não precisou de sua juventude, era inútil aproveita-la dali, do alto da montanha. Quando a viu pela primeira vez, não, isso não importa mais...

Ninguém buscava conselhos naquele, agora, senhor. Não tinha nada além de lamentações para passar adiante. Quem se interessa por histórias tristes? As legais são as que têm um final feliz, afinal.

Ainda não sabe se foi aquele amor platônico que lhe fez passar invernos intermináveis. Esse senhor ainda não morreu, ele busca, todas as noites, por aquela que lhe trás calor.

Ele ainda sonha. Que encontre seu ônibus espacial e, mesmo que tardiamente, toque sua amada.

Esta história triste, ou não, ainda esta sendo escr...