O Soneto e sua Poetrix
"Amor
Não é dor
É cor."
Tomando a sua terceira xícara de chá, comendo os insaciáveis quadradinhos de chocolate ela olhava para aquela folha de papel...
"Todos tem um lugar para chamar de seu
Determinado pelo destino, não sei
Tudo mudou quando invadiu o meu
Revirando meus valores, te duvidei.
Direta como é, logo me chamou de teu
Aqueceu meu lar, meu viver, assim pensei
Mesmo chamando minha casa de museu
Seu desprendimento, simplesmente te amei.
Sucinta, sem vergonha se mostrou, viajei
Hermético e tradicional...como me leu
Tão diferentes, mas no amor confiei
Minhas sílabas, minhas métricas... sou eu
Conto meus versos, e minhas rimas te dei
Preconceitos à parte, seu mundo é o meu."
Ela pega a folha, dá uma cheirada, um beijo e sai correndo para encontrar com o seu amor. Que se lixassem aqueles que nem a consideravam poesia. O seu Soneto, aquele pomposo, amigo de Chagas Neto, Bilac, Shakespeare e de mais meio mundo, a amava e isso, por enquanto, bastava.
"O amor
Não tem sentido
É sentido."
;)