Escolhemos... Ou Somos Escolhidos ...

Após receber a visita de uma filha que me vê com o coração, eu passei a ver ver muitas outras filhas que me escolheram como mãe.

Lembrei-me então, de um cisquinho que certa vez, passou embaixo da minha janela, e pediu se eu deixava ela entrar um pouquinho em minha casa!

Eu não conhecia aquela criança que pelo tamanho, pareceu-me ter somente seis anos.

Tentei saber alguma coisa dela, e ela nada falava !

Só dizia que queria entrar um pouquinho e conhecer minha casa.

Fui rendida pela insistência da menina.

Quando ela entrou, começou a observar lentamente cômodo por cômodo.

Esperei que ela olhasse toda a casa...

Ela estava com uma mochila nas costas.

Tirou a mochila das costas , se sentou no sofá e me disse ter gostado de mim e da casa, e que não iria embora.

Até então, o que eu havia conseguido arrancar da boca daquela criança, foi somente o nome dela .

Carol !

Me vi em desespero para saber mais sobre ela.

Eu disse para ela :

" Você não pode ficar aqui !

Quem é sua mãe" ?

Ela me disse que a mãe trabalhava na Santa Casa da nossa cidade.

Mas não disse o nome da mãe ! Rsrs

Liguei para a Santa Casa, e perguntei quem trabalhava ali, e tinha uma filha de nome Carol ?

Disseram-me o nome da mãe.

Pedi para chamar a mãe da menina, e disse que a menina estava na minha casa, e não queria ir embora.

A mãe me disse que sairia do serviço às duas da tarde, e pegaria a menina comigo.

Já que a menina ia ficar um pouco mais, tentei conversar com ela.

E ela me falou que não havia me dito o nome da mãe, pois ela tinha duas mães. E que todas duas estavam trabalhando.

Ela me perguntou se eu sabia fazer broa...

Disse-me que queria fazer uma broa, e levar um pedaço para a outra mãe que trabalhava mais perto da minha casa.

Perguntei-lhe onde a outra mãe trabalhava...

E ela me disse que a outra mãe, trabalhava no consultório do Dr. Rogério Horta !

Mas que queria levar um pedaço de broa para ele também.

Mas me disse que ela mesma queria fazer a massa da broa.

Me espantei com aquela criança tão pequena me dizendo que sabia trabalhar. Que era ela que ajudava a mãe.

Coloquei uma tigela em suas mãos e permiti que ela mexesse a massa.

Quando eu me distraia um pouquinho, eu olhava para ela, e ela já se encontrava com o rosto todo amarelo !Rsrs

A broa ficou pronta, e ela foi levar um pedaço para o Dr. Rogério e para uma das mães.

Depois conheci a outra.

Mas fiquei surpresa, pois descobri que nenhuma das duas, era a mãe biológica.

Que a mãe biológica havia falecido quando ela era um bebezinho.

E que devido a essa situação, as duas primas da mãe biológica , que ainda eram duas moças solteiras na ocasião, resolveram criá-la .

E daquele dia em diante, Carol não me deixou por um bom tempo !

Tornou-se um hábito !

Chegava da escola e almoçava.

Depois queria que eu me deitasse perto dela um pouquinho.

Queria carinho de mais uma mãe .

Sentia ciúmes de mim ! Rsrs

E a passagem de Carol por minha vida, só terminou quando me mudai da rua que eu morava.

Mas o amor não acabou !

Carol está hoje com quinze anos.

Mas sempre a vejo .

O carinho eu sinto no olhar de Carol !

O cisquinho que cresceu !

Eu sempre a chamei por cisquinho.

Um cisquinho que caiu dentro da minha casa !

E este é o motivo da minha pergunta:

" Escolhemos... Ou somos escolhidos ?...

Maria Lamanna

Rio Preto-MG

Maria Lamanna
Enviado por Maria Lamanna em 01/09/2013
Reeditado em 01/09/2013
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