O último dia.

E era aquele o dia do fim. Novamente caminhava em direção àquela direção, a areia dançando por entre seus dedos, levemente foi tocado por um vento que cantava uma canção melancólica. Seu corpo já não sentia o peso de dúvidas e medos, o único peso era o de suas últimas lágrimas, pois como um tolo, matara o amor achando estar alimentando-o.

E como a muito tempo atrás, observava um longo horizonte que se confundia com o fim do mundo nas águas escuras até onde seus olhos podiam ver. Porém desta vez ninguém viria, o mar não cantaria e as estrelas também o haviam abandonado, nenhum milagre o chamaria de volta e não tinha para onde voltar. Fora pego pelas trevas das quais sempre tentara fugir. Não havia mais magia ou amor para salva-lo de sua dor.

Agora, no fim, compreendia todos os erros, e era tarde demais, um sorriso vazio brotou em seus lábios, "você sempre me esperou aqui, não é?", os medos e as dúvidas explodiram, não havia mais motivos.

Caminhou até onde o buraco-negro da morte além do horizonte esperava para fazer com que sua existência medíocre desaparecesse e nunca mais incomodasse a ninguém.

O mar o engolia a cada passo, para vê-lo afogar-se a si mesmo por motivos que ninguém jamais entenderia.

O último dia.

Ariel Lira
Enviado por Ariel Lira em 21/12/2013
Código do texto: T4620011
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