Vendada pelo Destino

- Você nunca me pertenceu - disse Roselie num suspiro.

Tomando seu rosto entre suas mãos, Brian a olhou nos olhos com ternura e algo que Roselie não conseguia decifrar. Talvez fosse arrependimento, talvez amor...

- Eu pertenci a você! Não dá forma como todos esperam...- ele se aproximou um pouco mais,posicionado seus lábios próximo ao ouvido dela - Mas ainda sim pertenci. Eu fui seu enquanto você estava nos meus braços. Eu fui seu a cada beijo que trocamos. E eu sei disso porque se eu não tivesse sido seu e você não tivesse sido minha, nós não estaríamos aqui agora.

Roselie não sabia o que responder. De certa forma ele tinha razão, mas mesmo assim, no fundo ela tinha certeza de que aquilo não poderia ter dado certo.

Eles tinham consciência do que sentiam um pelo outro. Nunca foi preciso falar, principalmente porque eles sabiam do poder que as palavras certas tinham. Eles conheciam os riscos mais do que qualquer um e não poderiam negar que gostavam. E era isso que os tornava mais próximos.

Como se fossem imãs, eles se atraíam. Não importavam os obstáculos, sempre voltavam a se ver, mas agora a situação era diferente.

Num último impulso de desejo ela o abraçou, gravando na memória o formato de seu corpo ao encontrar- se com o dela. Embriagando-se com seu perfume o máximo que conseguia. Ele não rejeitou seu abraço como deveria ter feito.

- Você tem que me esquecer! - foi o que ela conseguiu dizer depois de um esforço imenso para soltá - lo e olhando em seus olhos como costumava fazer continuou.

- Você tem que me esquecer, porque só assim eu vou te esquecer. Se você não me chamar eu não me sentirei tentada a vir.

Brian sorriu de uma forma triste.

Ele deveria ser o primeiro a saber que as coisas tinham que terminar e apesar dos sorrisos e das provocações para fazê-la sorrir estava claro que ele também sofria com tudo, não era tão transparente quanto ela, mas sofria.

Roselie não precisava de provas para saber disso. Já as tinha ganho na manhã que o deixou chorando. Não foi embora por vontade própria, mas sim porque ele a mandara ir. Naquele dia seu coração se dilacerou quando ao olhar para trás o viu sentado no chão com a cabeça entre as mãos.

Ele não teve medo de demonstrar seus sentimentos naquele dia. E a deixou sem reação ao permitir que suas lágrimas rolassem sem censura.

Sua vontade era de consola- lo e diz que tudo poderia ser diferente, mas a mentira não fazia parte da realidade deles.

Hoje ela sabia que nenhum dos dois iria chorar, os sorrisos, mesmo que falsos permaneceriam em seus rostos para que ao menos houvesse uma última imagem feliz na memória.

- Talvez eu seja como você! - começou ele- Talvez eu precise das lembranças para poder te esquecer.

Ele fazia menção a uma outra conversa que tiveram. Roselie sorriu ao perceber que ele guardará o que ela havia dito.

- Talvez eu não queira te esquecer... Mas eu preciso....

Continua...

flordylys
Enviado por flordylys em 14/02/2014
Código do texto: T4690732
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