Amor e bicho

"Onde não puderes amar, não te demores"

Frida Kahlo

"E quando puderes amar, demores bastante"!

Tony Bahi@

Dedico esse texto à querida poetiza Luisella,

à Milka e todos seus bichanos.

compartilhamos juntos o amor pelos animais.

Tony/Bolinha/Gringa/Akira/Pitoko/Nego e Mel.

Amor e bicho

Um belo dia, chegando no meu ateliê de pintura, no centro da cidade do Rio de Janeiro, perto da Central do Brasil, abrindo a porta do prédio, escutei um miado ardido de um gato cor de mel. Quando entrei no prédio, o bichano entrou atrás de mim. Não tive a menor dúvida, levei-o para o meu apartamento-ateliê.

Em homenagem a grande pintora e poeta Frida Kahlo, coloquei o nome de Frida, mas só alguns dias depois vi que não era fêmea. Mudei o nome de Frida para Frederico, o Fredinho.

Já tive muitos bichanos, mas nunca tinha visto um gato tão especial feito o Fred. Parecia um "dog". Companheiro, carinhoso e safado, além de muito levado. Fredinho, só dormia na minha cama, quando adormecia de cansaço no ateliê. Era o rei dos mimos e o meu amor por ele foi instantâneo. Só fazia necessidades no box do banheiro. Era uma coisa impressionante ver aquele bicho fazendo xixi no ralo.

Fred tinha todas as qualidades que um animal possa dar ao seu dono, mas era muito levado. Adorava me dar sustos, pulando pelos sofás, telas e cavaletes até chegar à janela. Gostava de ficar olhando do quarto andar, à paisagem e as pessoas que passavam. Acabei fechando a parte de baixo da janela, descortinando o que seus olhos gostavam de observar. Gato, que é um animal muito na dele, ficava na porta esperando minha chegada e eu sempre vinha com mimos e comidinha gostosa.

Estava perto do Natal de 2008, quando cheguei em casa. A porta do vizinho de frente aberta e o Fredinho, deitado no chão, da casa da vizinha.

Eu havia esquecido à janela aberta e não sei como, (talvez um vento forte)!... Derrubou Fredinho do quarto andar. Mas estava vivo. Era um monte de vozes gritando nos meus ouvidos. Guardo até hoje as palavras de uma vizinha, (grávida de gêmeos), na época dizendo: Se o Fred morrer, nunca mais falo com você. Estranho, que o pai dela, morreu atropelado alguns dias depois...

Peguei meu bichano, com todo cuidado, sentei em uma poltrona, em frente à porta de entrada do apartamento. A dor era tão forte que não sentia os socos nas minhas emoções, estava em estado de choque.

A vizinha, fechou a porta do meu ap. "Acho que nunca me senti tão sozinho". Mas não chorei, o rio das lágrimas, secaram em meu olhos.

No dia seguinte, aquele corre-corre, para clínicas veterinárias. E aquela exploração: Injeções de mais de cem reais, para um bicho que estava totalmente paralisado, só o coração batia por amor a mim.

Morreu sete dias depois, acho que não sofreu. Ficava quietinho em sua caixinha no banheiro, comidinha e água na boca. Evacuava na caixinha.

Fui dar um banho nele, a minha pegada em seu corpo, deve ter doído muito e ele quando ia tentar me morder por defesa, estancou no momento exato do ato. Foi uma das mais sublimes sensações de amor que senti na vida.

Esteja em paz Fred, papai te ama.

Lacrimejando...

Tony Bahi@.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 09/04/2014
Reeditado em 09/04/2014
Código do texto: T4762600
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