Ela

A forma como nos conhecemos não foi nada convencional, tínhamos uma amiga em comum. Amiga pra mim, namorada pra ela. Foi uma conexão incrível, desde o primeiro minuto eu percebi que era ela, era como se eu a conhecesse desde sempre como se a alma dela estivesse conectada a minha. Acredito que ela tenha sentido o mesmo, mas vivia em um momento complicado.

Nossas vidas eram complicadas, a namorada/amiga estava doente e nessa de dar ‘apoio’ foi que eu me apaixonei. Foi um sentimento puro e sutil, surgiu aos poucos, mas era forte e delicado ao mesmo tempo. Até hoje não compreendo como pude me apaixonar assim, ela simplesmente me mostrou como é ser feliz, eu me abri e me entreguei de corpo e alma a alguém que nunca seria minha. Pelo menos era isso que eu acreditava.

Depois de tantos vai e vem de juras por minha parte e de medos da parte dela, eu resolvi que deveria ir vê-la, deveria encontrar-me com ela e dizer cara a cara o que eu realmente sentia. Ela morava a mais de 800 km de distância. Impossível amar alguém que mora tão longe? Não acho, pois acreditem ou não eu amei, e ainda amo.

De qualquer forma, eu fui. Encontrei-me com ela no aeroporto, ela estava linda me esperando parecia ansiosa e ao mesmo tempo nervosa e com medo, o que era mais ou menos como eu me sentia. Demos o abraço mais longo que se possa imaginar, foi simplesmente incrível. Parecia que o mundo a nossa volta não existia, era como se fossemos as únicas pessoas no mundo.

Ela me olhava nos olhos e eu não tirava o olhar da sua boca, era perfeita e eu estava louca para beijá-la, mas não poderia fazer me contive e assim foi durante todos os dias em que fiquei hospedada na sua casa, até a nossa ultima noite juntas. Eu iria embora na manhã seguinte, e depois de tudo eu sentia que nossa conexão tinha se intensificado ainda mais eu precisava de uma prova de que estava certa, ou errada.

E assim na nossa ultima noite ela estava deitada, e eu ao seu lado. Estávamos numa espécie de despedida silenciosa, quando eu perguntei “Eu posso?”. E ela com os olhos assustados por saber o aconteceria a seguir fez um breve aceno com a cabeça. Eu me aproximei devagar a puxei pela cintura, fui me aconchegando cada vez mais nos braços dela e ela nos meus. Quando finalmente nossas bocas se tocaram foi como se faíscas estivessem explodindo a nossa volta.

Não saberei dizer nunca quem tirou a roupa primeiro, só sei que foi a minha primeira noite de amor e a dela também. Entregamos-nos uma a outra de forma doce e ingênua, eu beijava seus lábios e sentia suas mãos em meus seios, ela me acariciava de forma terna. Não pretendo entrar em detalhes de nossa primeira noite de amor, mas foi como se estivéssemos finalmente nos encontrado. Fazia quase uma semana que eu estava do lado dela, mas era como se somente agora eu estava com ela. Passamos a noite acordadas, olhando uma para a outra pensando em como seria nossas vidas dali por diante.

Foi logo pela manhã que ela me disse à decisão que havia tomado, ela seria minha, depois de termos nos entregado de tal forma não havia duvidas de como ambas nos sentíamos, ela me amava e eu a amava. Não havia mais duvida, ela terminou com a sua namorada e nos começamos há namorar algumas semanas depois.

Hoje eu estou indo pela ultima vez visitá-la. Mas calma não vou terminar com ela nem nada, estou indo pela ultima vez visitá-la como minha namorada. Estou levando comigo um anel, pretendo pedi-la em casamento e espero que ela aceite. Não quero, e não vejo mais ninguém do meu lado além dela.

É ela, a mulher mais doce e complicada que eu amei e vou amar por toda a minha vida. É ela, a primeira e ultima mulher com quem eu quero estar. É ela.

Patrícia S Oliveira
Enviado por Patrícia S Oliveira em 12/04/2014
Reeditado em 12/04/2014
Código do texto: T4765686
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