Desaparecer em você

Para Robert nada é uma realidade. "Algum tipo de noite dentro da sua escuridão" - é assim que ele costuma vagar pelos dias. Não que houvesse algum problema com ele. Na verdade talvez houvesse, tento em vista que nunca houve um problema. Não sei se podem me enter, mas talvez, dizendo de uma melhor forma, a falta de algo que não estivesse em seu controle fosse o problema. Digo, até o memento. Então vamos concluir que agora há um problema. Ou que em algum determinado momento houve. Robert nunca desistiu de um semestre no curso de história. Ele nunca se atrasou. Nunca deixou de dizes as palavras certas, e então num determinado momento perdeu o controle. Talvez, nesse momento ele precisasse de uma respiração verdadeira. Talvez ele te olhe e não veja nada. Talvez ele te olhe e procure a verdade. Mas acho que você só quer viver a sua vida. Você costuma ir pelas sombras. Ele sente medo disso. É estranho que você não saiba. A única certeza é que você chegará distante e partirá obscurecida.

Ele quer alcançar as palavras. Não existe rua que não fosse para o mesmo lugar. Esse é o caminho. Tudo leva a esse momento. Em algum momento ele te dará um momento desconhecido. Então você colocará as mãos na cabeça, e sorrisos cobrirão teu coração. Nenhuma palavra mais irá se manifestar. Uma esperança sem lar o transformará em um desconhecido, e a luz de um desconhecido irá aproximar lentamente. Tão lentamente você desaparecerá nas sombras. As mãos dele não se acomodarão no bolso. Será como suas próprias em seu próprio estômago. E esse momento estará colorindo teus olhos com aquilo que não está lá. Robert irá querer esconder essa memória escura, porque ele tem essas sensações estranhas... Esses álibis de tristeza venenosa. Mas, querida, não se preocupe com a sua sinceridade.

Adormecido, ele sussurra sozinho durante a noite. Não há momento oportuno para ele existir em sua vida. Essas memórias nunca chegarão longe o suficiente, porque ele sabe que você não conseguiria se apoiar em pedaços de sorrisos.

Robert no fim da tarde se utiliza do transporte público. No meio da multidão ele consegue sentir o sol gelado se acomodando nos candos do vidro. Pensa que é estranho um programador se apropriar de tanto sentimento. Desiste e mantém a conformidade. Fecha os olhos até algum destino. Ninguém pode perceber seus pensamentos. Ele pensa que gostaria de deitar sobre a sua barriga. Ele pensa que seu rosto se expressa mais quando se inclina um pouco para o lado esquerdo. Pensa muito além do que diz pensar. Nada se deteriorará além do que já tem deteriorado. Ele promete cuidar desses anos cuspidos. No fim da noite ele se comporta na cama. Pensa que durante a manhã, a cama estará desfeita. Percebe algum tipo de noite sem escuridão. Enfim, tudo mal aplicado, se preocupa com a terra tão envolvida nesse dia.

Yuri Santos
Enviado por Yuri Santos em 29/04/2014
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