Outono
As folhas foram caindo devagarzinho, de modo que eu pude acompanhá-las lentamente. Era a presença do outono inundando o meu quintal. Senti-me com vontade de teletransportar e de encontrar aquele que é dono do meu largo sorriso. Aquele que me faz sentir amada, feliz e especial.
Várias gotas dos olhos caem de mim, caem de forma simples, de felicidade, de saudade, de querer estar a todo momento com aquele que me mostra todos os dias que o amor deve ser regado, cuidado carinhosamente.
Pode estar longe dos meus braços, mas ele está aqui. Pode não estar falando comigo pessoalmente, mas a sua voz soa que nem uma música para os meus ouvidos. Uma sintonia de Vivaldi. Os movimentos do seu corpo acompanham o ritmo da música. Sua presença invade cada sentido meu. Cada pedaço movimentado por mim há uma fotografia dele. O café com leite da tarde e da noite, o almoço, cada passo, cada sorriso, suas mãos entrelaçadas com as minhas. Está tudo marcado, como se ele tivesse acompanhando meu cotidiano.
Ele está a todo momento dentro de mim.
Vivo ele, vive em mim, vivo nele.
Vivemos as vidas, a vida, renovando e volta a primavera.