Não me acorde (capítulo 6)

— "Tristeza profunda. Geralmente, as pessoas que têm essa tatuagem, portam consigo uma tristeza profunda, ou algum trauma." — lia Viktor na internet.

Viktor já estava usando a internet há um bom tempo, era dia de folga, então decidiu passar todo o tempo livre pesquisando sobre o olho com a lágrima.

— "A lágrima pode definir várias coisas..." — lia Viktor — Ok, ok, a lágrima pode definir várias coisas, tristeza, alegria, tanto faz, mas eu não consigo saber de fato o que significa aquela tatuagem!

Viktor, desligando o computador, resmungava...

— Blá, blá, blá, tristeza, blá, blá, blá, alegria... Cansei. Essa tatuagem é muito ampla, vou deixar pra sonhar com ela novamente.

Viktor falava a última frase com um tom diferente, um tom de apaixonado. Sim, Viktor estava ficando apaixonado por uma menina que nunca tinha visto pessoalmente.

— Que vontade louca de dormir! Preciso sonhar com ela novamente, quero ouvir aquela voz, sentir aquele cheiro... mas ainda está tão cedo.

Viktor, nas horas vagas, também gostava de jogar basquete com seus amigos, e foi o que fez...

— Tobias? E aí, cara! Tá afim de jogar hoje?... Sim, sim, já são cinco horas, então pode ser daqui a uns vinte minutos... certo... certo... chama os outros, hoje tô afim de ganhar fácil. Hahahahahahaha... Certo, até lá!

O tempo passou, e Viktor já havia chegado na quadra de basquete, na praça...

— Olha lá o Fausto!

— Viktor! — gritava Fausto.

— E aí, cara, quanto tempo, última vez que rachei contigo foi no mês passado, né?

— Isso mesmo, Viktor, mas hoje vou tirar meu atraso e te pôr logo no chão, que é o seu lugar.

— Hahahahahahaha! Não vou pro chão, não, cara, você não gosta de concorrência por território. Hahahaha!

Os amigos de Viktor e Tobias iam chegando, e o jogo começou. Eles jogaram, jogaram, jogaram muito, até ficarem cansados e se sentarem, batendo aquele velho papo de homem.

— Noooossa, cara, ela tá demais! Fiquei sabendo que ela tá solteira, é verdade?

— Não sei, cara, mas tomara que sim. Hahahaha!

— Hahahahahaha! — riam todos juntos.

— E você, Viktor? Como estão as fornicações?

— O Viktor? Só se for com a menininha dos sonhos dele. Hahaha!

— Menininha dos sonhos? Como assim? Conta isso direito pra gente, Tobias.

— Ah! É só uma garota aí que fica aparecendo nos sonhos de Viktor.

A conversa foi se prolongando, até que deu 20h...

— Aaah! Saquei! Bom, pra quem não tinha nada, uma garota nos sonhos até que é bom. Hahaha!

— Vai rindo, Fausto. Pelo menos eu tenho uma nos meus sonhos, e você, continue com seu binóculo, vendo sua vizinha pela janela, enquanto sua coragem pra falar com ela nunca aparece.

— Hahahahahahahaha! — riam os outros.

— Ha... ha... ha. — falava Fauso com um tom irônico — Logo ela me dará mole, e vocês vão todos ficar com inveja.

— Hahahahaha! — riam os outros novamente.

— Bom, pessoal, eu tenho que ir, tá ficando tarde — falava Tobias.

— Eu também. Até mais, pessoal, até o próximo jogo. — despedia-se Viktor.

Eram quinze minutos caminhando da praça até a casa de Viktor, e no meio do percurso ele avistou uma lojinha que vendia revistas, desenhos etc. Daí, deu uma passada lá só pra ver se tinha algo interessante pra comprar.

Logo na entrada, Viktor viu que tinha um pequeno livro, com pouquíssimas páginas, aproximadamente trinta páginas, e seu título era: Você acredita em sonhos?