O JARDIM DAS ROSAS AMARELAS

O JARDIM DAS ROSAS AMARELAS

Jair Martins

Despontava o sol entre as nuvens dissipando-as para sozinho brilhar naquele céu límpido sobre a terra fértil de Araçá, cidade de Minas Gerais. Os ares daquele dia prenunciavam a visita em bando, das borboletas de leveza encantadora.

Desenhadas pelos finos traços do pincel natureza, as borboletas dançavam um balé sincronizado na exuberância de acrobacias, num namoro com as rosas amarelas.

Singelas, pairavam sobre o jardim da casa de Clarissa, uma mulher interessante, independente, de gestos fidalgos, que nutria uma grande paixão pelas flores e em especial pelas rosas amarelas.

Sempre sorridente, Clarissa, em todas as manhãs ensolaradas, pegava seu belo chapéu de cor mel e de abas longas, adornado por laços de fita azul, com caimento para suas costas, e dirigia-se ao seu jardim em busca de uma rosa amarela, para com ela sair a caminhar pelo calçadão da Avenida.

Essas manhãs de sol, deixavam Clarissa ainda mais de bem com a vida, e a sua rosa amarela simbolizava toda essa sua alegria.

A Avenida um tanto enladeirada, deixava certo charme no caminhar de Clarissa, que faceira distribuía sorrisos.

Cortejadas por admiradores, Clarissa sabia que despertava suspiros nos homens de sua cidade, e, inveja nas mulheres de desprovida aparência. Mais ela não se importava com isso, afinal foi à vida que a adornou assim. Esbanjava felicidade. Era solta e leve como as borboletas que visitam o seu jardim de rosas amarelas.

A caminhada de Clarissa tinha como destino sua floricultura que se situava a quatro esquinas de sua residência. De longe, as portas de vidro da floricultura deixavam ver as variedades de flores e os mais lindos arranjos em exibição naquela vitrine. Com a chegada de Clarissa as flores pareciam sorri com a sua presença.

Porém, no peito daquela jovem mulher, pulsava um sonho que se concretizado, assumiria o ápice de suas realizações. Tratava-se de, um dia, observar em seu jardim, todas as rosas amarelas, abertas para um abraço.

Com idade de treze anos, ainda na fase infanto-juvenil, um programa romântico denominado “Me Abraça”, de uma emissora de rádio daquela cidade, promovia a seleção de quinze jovens da sua idade. A proposta era de selecionar essas jovens e inscrevê-las no Projeto “Cultive um Jardim de Rosas”. O Projeto não exigia cor especifica das rosas. A sugestão é que o jardim deveria ser somente de rosas. Clarissa foi uma das selecionadas e inscreveu-se. Monitorada pela equipe daquele programa de rádio, iniciou o cultivo de seu jardim. A finalidade do Projeto era em síntese aflorar a sensibilidade da juventude, em meio a uma conturbada crise de insensibilidade humana em que estava vivendo aquela geração.

O criador da idéia apostava que essas jovens ao completarem seus quinze anos, com dois destes vividos com a responsabilidade e dedicação em mexer com a terra e a sua fertilidade, aprenderiam com a experiência, a cultivar para si os valores que tem o germinar - A Poesia chamada Vida.

Sim, as rosas em toda a sua beleza, ensinam que apesar dos espinhos, a maciez de suas pétalas faz esquecer a dolorosa espetada que nada mais é que sua proteção. A essa ação a proliferação da sensibilidade contagiaria uma geração. Assim acreditavam os organizadores.

O prêmio deste Projeto implicaria em um grande evento decorado pelas rosas desses jardins cultivados pelas mãos das jovens que naquele ano estariam debutando. Para destaque desse prêmio comum para todas participantes, o Programa “Me Abraça”, reservou o glamour de uma dança acompanhada pela orquestra sinfônica da cidade, tendo como par, um cantor da atualidade, na mídia com a juventude. Ganharia esse destaque da festa, a jovem que mais colhesse rosas do seu jardim.

Essa premiação especial não atraia Clarissa, o seu deseja mesmo, era participar do evento com suas rosas amarelas. Isso já a satisfaria por merecer.

Mais, uma mentira de um dos seus colegas a fez vítima de uma desclassificação, e Clarissa perdeu a oportunidade de mostrar o seu jardim de rosas amarelas, as pessoas de sua cidade. Por um bom tempo sentiu-se magoada, até que certo dia despertou desse medíocre sentimento, quando observou o seu jardim florido a lhe sorri, como a dizer: - A mentira não me impediu de crescer e ser visto por todos que passam a frente de sua casa. Estou aqui por você e para você. A sensação de ouvir essas palavras a tornou ousada e livre para o entendimento de que mesmo sem participar do Projeto em sua conclusão, o seu jardim estava ali, pertinho dela, ornamentando os seu dias.

Clarissa chega a sua floricultura:

-Bom dia! Bom dia!

E os seus ajudantes respondem:

-Bom dia Senhora!

Clarissa pergunta:

- Algum pedido especial?

Uma de suas ajudantes diz que sim.

Clarissa sorri e pergunta: - As flores são para que ocasião? Qual a espécie e a cor das flores solicitadas no pedido?

E de logo recebe como resposta, a entrega de um cartão, onde se Lê: “Entregar um maior número possível de rosas amarelas no endereço seguinte: Rua da saudade, nº 15, Araçá – Minas Gerais. Clarissa se espanta, ri e diz: - Não existe rua da saudade em Araçá, de onde esse maluco ou maluca, tirou esse endereço? E continua sorrindo bem humorada. Olha para suas ajudantes e diz: - Ignore, sem assinatura e sem telefone de contato, não querem receber as flores

Mais a ajudante insiste: Senhora ele deixou o nome aqui escrito no rascunho sobre sua mesa. Sem muita curiosidade Clarissa vai até a sua a mesa onde lê o nome Fernando. Sua fisionomia se contrai. Ela lembra que esse nome há alguns anos atrás nominava alguém que muito a magoou com uma mentira, que frustrou seu sonho de debutar. E novamente o nome Fernando, ou melhor, uma pessoa com esse nome, está mentindo também quanto a um endereço que não existe para a entrega da encomenda.

Passou-se o dia, as horas do expediente de trabalho se findaram e Clarissa junto com uma de suas ajudantes, está fechando sua loja, quando um carro de luxo, pára e reclama a falta da entrega de sua encomenda de rosas amarelas para aquele dia. Diante da desagradável visita e reclamação, Clarissa se volta e é surpreendida com o mesmo Fernando de anos atrás, com uma pequena diferença, os cabelos com nuances de grisalho. O Fernando “mentirinha” da época dos seus quinze anos. Diante de tanta surpresa, ficou paralisada, e antes que explicasse o porquê da sua entrega não ter sido feita, Fernando diz: - Olá Clarissa, tudo bem? Estranhei o meu pedido de rosas amarelas não terem chegado a tempo de distribuí-las em uma comemoração de “Operário Padrão” na minha empresa.

Fernando tinha se tornado um empresário bem sucedido. Ele era dono de uma concessionária multinacional. O que Clarissa não sabia, pois perdera contato deste o tempo de seus quinze anos.

Fernando se oferece a acompanhá-la até sua casa. Não tendo como resistir e também curiosa por saber mais sobre ele e suas “mentirinhas”, ela aceita e juntos vão até sua casa. Lá chegando, Clarissa o convida para um café ou uma bebida e este ao atravessar o jardim de rosas amarelas, um tanto atordoado com as lembranças, pergunta:

- Você ainda o conserva durante todo esse tempo? Já são passados mais de dez anos.

Ao que Clarissa lhe responde:

- É verdade, as borboletas que visitam esse meu jardim, beijando-o a cada manhã ensolarada ou à tardinha sob as cores do crepúsculo, disseram-me que continuasse a cultivá-lo, e teria sempre uma decoração sorridente para os meus olhos e um abraço no meu coração, e que não fizesse como você que colocou um ponto final no meu sonho de ornamentar o evento das debutantes da minha época. Fernando ficou a escutar, sem interrompê-la.

Vendo o seu nervosismo e o quanto toda aquelas recordações ainda estavam para serem resolvidas, e o quanto os incomodava. Fernando falou do seu propósito em ali estar com ela, e o quanto se arrependia do seu capricho de um jovem apaixonado e não correspondido.

A esta revelação, Clarissa ficou muda e sem fôlego. Fernando gentilmente a faz voltar do transe e diz: - Vamos entrar.

Depois de refeitos do primeiro impacto desse encontro, Fernando conclui: - Sabe Clarissa foi mais forte do que eu a mentira que arquitetei contra você, quando denunciei aos responsáveis pelo Projeto, que você sabotaria a participação, comprando rosas em uma distribuidora e para isso paguei a um falso vendedor de flores para confirmação. Sabendo do seu desvelo em cultivar o seu jardim, com certeza você seria o destaque daquela noite de debutantes a dançar com o cantor convidado. Isso eu não suportaria. Todos a lhe cortejar e você tão indiferente a mim. Foi um ato egoísta, mais paciência, era o que eu pensava naquele momento. Assisti você chorar muito quando foi excluída do Projeto. Lamentei. Confesso que também fiquei triste, mas me consolava em saber que você não dançaria com ninguém. Hoje sei o quanto fui bobo e o quanto nos magoamos e de que nada serviu essa minha atitude. E continuo: - Hoje sou um homem que não tenho muito que reclamar da vida. Ela tem me favorecido com realizações. Casei-me com uma mulher que corresponde aos meus sentimentos e que é a mãe de meus três filhos. Moro em outro Estado. Considero-me realizado. Mais estou em falta com você. Fiquei sabendo de sua loja quando voltei a essa nossa cidade para premiação do melhor funcionário de uma das filiais de minha concessionária. Achei que essa era a oportunidade de me redimir junto a você. O endereço mal ordenado foi um propósito. Rua da Saudade = as lembranças, nº 15 = o número de debutantes daquela noite em que você não fez parte. Quanto às flores para distribuição na minha loja, elas já tinham sido providenciadas pela equipe de programação da loja. E sorrindo confirma: - Veja que, houve em dias anteriores um pedido real de rosas amarelas. Suas rosas foram distribuídas.

Clarissa pasma ouvia todo aquele depoimento e pensava: - “Como pode ser isso meu Deus, depois de tantos anos de questionamento do porque da invenção daquela mentira, em segundos é revelado que tudo foi em nome do amor. Estranho esse jeito de amar”. Mais, voltando sua atenção para Fernando, ela lhe diz: - O tempo é um grande revelador, conciliado e consolador. O tempo escreve, o tempo apaga, o tempo constrói como também destrói. Desse nosso tempo, o escrito foi apagado, mais, ele construiu o senso da verdade para não destruir a esperança do perdão. E asseverou: - O tempo é um círculo, onde tudo e todos giram dentro dele na busca de um ponto fixo inexistente. Ele não pára mais se renova.

Num impulso abraçaram-se, enquanto ele sussurrava em seu ouvido – Há muito tempo desejei esse seu abraço e o tempo me castigou com o tempo de recebê-lo. E sorriram o riso do perdão. Nesse instante, uma borboleta que acidentalmente ficou presa dentro de casa, no postigo da janela, abriu e fechou suas asas como a aplaudir aquele gesto de carinho.

Olhando o relógio no pulso, Fernando despede-se, mais antes convida Clarissa para acompanhá-lo em um coquetel que será oferecido aos Gerentes e Representantes de suas lojas, ainda dentro das comemorações do “Operário Padrão” nessa sua loja em Minas Gerais. Clarissa aceita e diz em tom de brincadeira e lisonjeada, que se produzirá a altura de acompanhá-lo. Fernando muito satisfeito com a resposta de Clarissa marca para dois dias seguintes, vir buscá-la no horário combinado.

Clarissa muito ansiosa, contava as horas para aquele encontro. Chegado o dia, como bom sinal, um bando de borboletas bailava no seu jardim. O dia parecera diferente, chegando até a ouvir os gorjeios dos pássaros.

Como toda mulher vaidosa e que se cuida bem, tratou dos preparativos para si; escolheu um lindo vestido longo na cor marfim, que acentuava bem sua silhueta e como complemento, um chape trabalhado em fios dourados. Para o calçado uma linda sandália dourada, dessa que permitem os pés quase nus. Foi ao cabelereiro e manicure para que suas mãos e pés transmitissem o aveludado que tem as pétalas das rosas ao serem tocadas. O cabelo escovado, preso um pouco de lado, com um adereço de um discreto frízer, dava a seu rosto a moldura de um camafeu. Para o perfume preferiu o discreto “Fleurs de Rocaille”. Tudo estava perfeito. Era só aguardar o momento.

Um toque de busina se ouve em seu portão. Clarissa sente um friozinho natural de quem está sob tensão, e gesticula que está saindo. Fernando também está ansioso. Mil pensamentos povoam sua cabeça. Um giro de quase noventa graus leva-o ao passado, e, vendo Clarissa vir em direção ao carro, bela e deslumbrante, imagina que esse momento deveria ter acontecido há dez anos, quando ela debutava. Ele sacode um pouco a cabeça, sentindo-se culpado e sai para recebê-la com toda cortesia de um cavalheiro. Agora sentada ao seu lado, ele a elogia dizendo do quanto ela esta bonita, e que ele está vaidoso em ser por ela acompanhado. Ela com sorriso peculiar lhe agradece.

Durante todo o percurso até ao clube, não havia muito que conversar. Por um tempo silenciosos, até que Fernando quebra esse silêncio e lhe faz algumas perguntas sobre sua vida e entre elas o porquê de não ter se casado. Ao que Clarissa responde: - Engana-se, eu casei. Fernando ainda que estranhado a sua resposta, lhe indaga: - Esta separada então? Ela lhe sorri e explica: - Não exatamente separada. Quando meus pais faleceram, eu me senti muito só, filha única, não tinha com quem dividir emoções e namorei alguém sem reciprocidade de sentimentos, apenas pelo calor da companhia e de uma amizade respeitosa. Com o tempo vimos que estávamos nos enganando, e que companhia na verdade não existia. Cada um seguiu seu caminho sem cobranças. Daí, parti sim, para outro casamento, desta feita com a minha floricultura, que tem sido meu maridão, no sentido de preencher-me gostos e vontades. Fernando sustenta seu olhar em Clarissa e faz-lhe um afago em seu rosto.

Chegam ao clube. Muita luz, um som mavioso e decoração impecável de rosas amarelas, vitrina a festa. Recebido pelo anfitrião Geraldo, um de seus gerentes, Fernando apresenta Clarissa como uma grande amiga. Geraldo faz as honras e os conduz até a mesa principal onde se dará a solenidade.

Fernando toma assento à mesa e Clarissa senta-se nas primeiras cadeiras, separadas para convidados ilustres.

Transcorre toda a solenidade e em seguida é servido um coquetel. Fernando não se distancia de Clarissa, todo o tempo ao seu lado com atitudes carinhosas e não dispensando em apresentar-lhe aos seus amigos, o que fazia com muita afetuosidade. Em dado momento, o cerimonialista interpela comunicando que a pista de dança está disponível. Nesse momento Fernando olha para Clarissa e num instante de mágica eles são os primeiros a pisarem no tapete vermelho, passarela para a pista de dança, e juntos iniciam a dança. Fernando sente Clarissa trêmula o que o permite ainda mais aconchegá-la em seus braços. Dançam umas três músicas e param um pouco para descansar. Clarissa pensa estar sonhado, e timidamente olha para Fernando e pergunta: - Porque somente agora, após dez anos é que tudo o que sonhei para minha festa de quinze anos, veio acontecer justamente , quando esse sonho não tem mais sentido de existir, e justo numa festa de “Operário Padrão”, sentir toda essa sensação. Fernando lhe beija a testa, e comenta: - Creio que o meu desejo, de naquela noite de dançar com você, foi tão forte que embargou aquele momento guardando-o todos esses anos para sentir com mais calor o romantismo que estamos vivenciando no hoje de nossas vidas. E continua seu comentário: - Havia uma dívida entre nós. E mais uma vez a vida me prega outro capricho; estamos juntos e separados. Esse paradoxo é porque, ainda que todo um ocorrido em nossas vidas nos uma, estaremos sempre distantes, opostos em nossas direções. Ao que Clarissa responde: - Desculpa Fernando, mais, nunca soube desse seu interesse por mim, e na verdade sempre o vi como um colega de classe, e por sinal muito chato que cismava sempre comigo pra aprontar. Os dois riem. Fernando responde: - Essa era a minha forma de chamar sua atenção. Nesse instante, eles ouvem uma música da época quando adolescentes e Fernando a convida para dançar novamente. Clarissa mais descontraída, o abraça, e dançam toda a música.

Num gesto controlador, Fernando olha para o relógio e diz que já está na hora de recolher a dama. Clarissa se diverte com isso. Fernando se dirige a Geraldo o gerente de sua loja, para despedir-se. Mais algo lhe chama atenção, um cruzar de olhar entre Geraldo e Clarissa. Ele se sente enciumado, mais de que isso lhe adianta e pensa:

“Somos apenas bons amigos de épocas passadas, e demais sou um homem bem casado e que preservo a moral e os bons costumes” . E vai deixar Clarissa em casa.

No caminho de volta, bem diferente da ida, alegres, comentam a festa e todo o seu requinte, quando Clarissa lhe pergunta sobre Geraldo. Fernando sente-se incomodado com a pergunta, mais, respira fundo e lhe diz que Geraldo trabalha com ele já há algum tempo e que é um exemplo de funcionário, pessoa de sua confiança. Porém sente que não era essa a resposta que Clarissa queria ouvir, e lhe indaga:- mais alguma coisa sobre o Geraldo? E ela sem pestanejar : - Ele é casado? Fernando responde: - divorciado.

Clarissa: - Hum!!

Fernando: - Porque o hum!

Clarissa: - Acho que vamos nos dar bem. Sabe aquela coisa que acontece sem explicação aparente, quando olhamos alguém e sentimos como se já nos conhecêssemos? Pois bem, ao despedirmo-nos do Geraldo, foi essa sensação que senti.

Fernando permaneceu calado até chegar a casa de Clarissa. Ao descer do carro, Clarissa abraça Fernando, que beija sua mão e agradece a linda e maravilhosa noite. Fernando diz de sua satisfação e do seu cumprimento com a verdade escondida por tantos anos.

Clarissa responde: - Estou feliz! A verdade quando chega ela é triunfante.

Fernando e Clarissa não disseram adeus.

Passado alguns dias, Clarissa recebe na sua floricultura a visita de Geraldo, que segundo ele, passou para lhe cumprimentar. Daquele dia em diante as visitas se tornaram mais freqüentes até que em certa manhã, de um abençoado dia, Clarissa abre as portas e janelas de sua casa, não mais sozinha. Geraldo está com ela, e sente o seu jardim com todas as rosas amarelas abertas a lhe abraça com os beijos das borboletas.