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FLORES DE PLÁSTICO NÃO MORREM = EC
As flores de plástico não morrem porque nunca tiveram vida.

 
   Marina estava trabalhando em uma barraca de sorteios em uma quermesse.
  
   Os prêmios eram os mais variados possíveis, desde bonitas bijuterias, carteiras de couro, brinquedos sofisticados até coisas inúteis ou grotescos como louça trincada ou roupa usada.

   Valia a brincadeira e a simpatia da menina, sempre alegre pronta a participar da expectativa de cada participante e festejar ou lamentar o prêmio recebido.
 
   Foi então que ele apareceu a sua frente com o mais belo de todos os belos sorrisos que já vira..

   Comprou a ficha e rodou a roleta:

   55! Uma rosa de plástico.

   Marina pegou-a com delicadeza e entregou-lhe dizendo:

   — Veja só que linda rosa!

  — Realmente, é linda e nunca murchará.

   Levou a flor aos lábios, deu-lhe um beijo e deu a ela dizendo:

   — É sua!

   E afastou-se misturando-se ás pessoas  que rodavam por ali.

   Marina encostou a rosa no rosto e um pensamento atravessou-lhe a mente:
  
   — Como seria ser beijada por ele?

   Sorriu divertida com sua bobeira e continuou fazendo seu trabalho até altas horas da noite.

   Chegando em casa encontrou um lindo buque de rosas que o noivo lhe mandara e a lembrança do homem amado encheu-lhe o coração de ternura mandando para bem longe o belo rapaz da flor de plástico.

  Colocou as rosas verdadeiras em um vaso e guardou em uma gaveta a rosa de plástico.

   Atarefada com os preparativos do casamento que se aproximava, não pensou mais no incidente, até o dia que, abrindo a gaveta e vendo a rosa lembrou das palavras do rapaz

   “Flores de plástico não morrem ...”

   O lindo buque que ganhara do noivo naquela noite já fora para o lixo há muito tempo e a rosa de plástico que ganhara do ... como seria o nome dele?... Miguel! Vou chama-lo de Miguel ...

   Que bobagem! O Miguel já devia ter esquecido há muito do incidente e ela estava ali a relembrar cada palavra sua, mas, tomou a rosa e encostou-a nos lábios “sentindo” o beijo dele.

  Se Edu, o noivo, visse aquilo não ia gostar, será que ela de alguma forma o estaria traindo?

   Guardou a rosa, apressada e fechou a gaveta.

  Os dias, semanas e meses que se seguiram foram cheios de trabalho e emoção.

   Aproximava-se o casamento, ela tinha muito o que fazer e no que pensar e a flor ficou lá esquecida por muito tempo

   Casamento ... lua de mel ... convivência.... problemas ... desencontros .... brigas ... separação ...desencanto ... tudo foi acontecendo sem que ela pudesse impedir e ela acabou ficando só.

   Um certo dia mexendo em antigos guardados encontrou a flor de plástico.
 
   Tomou-a com carinho, encostou-a no peito e beijou-a muitas vezes.

   Era agora uma mulher livre e podia dar asas a fantasias sem pudores nem remorsos.

   E se pos a sonhar que reencontrava o Miguel, que ele dizia que nunca esquecera aquele encontro tão rápido mas que ficou eternizado com aquela flor que jamais morreria.

  O Miguel não devia nem lembrar do incidente. Provavelmente estava casado, teria filhos, não seria  mais  o rapaz sorridente que conhecera, mas para ela isso não importava.

   A realidade nunca é tão emocionante quanto os sonhos e sendo assim, por que não sonhar?

 
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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Flores de plástico não morrem
Saiba mais, conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/floresdeplasticonaomorrem.htm.


Meu amigo Irineu Gomes deixou-me esta linda trova

Vale a simbologia 
Que representa a flor 
E mesmo em fantasia 
Revigora-se o amor.


Obrigada, Irineu!

 
Maith
Enviado por Maith em 22/09/2014
Reeditado em 25/09/2014
Código do texto: T4971425
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