SERVENTIA DO HORIZONTE

SERVENTIA DO HORIZONTE

Um dia certo homem religioso pensando na “vida” chegou à conclusão que apesar de seguir os bons preceitos e confiar na perfeição com que Deus tinha programado toda a sua obra de criação havia algo que considerava não ter validade prática porque não via beneficio para o “homem”.

Depois de muito refletir e procurar junto de homens sábios não tinha conseguido conciliar-se com a ideia que de tal fenómeno pudesse fazer parte da incomensurável grandeza, justiça e perfeição com que Deus criara o Universo e todas as coisas que nele existiam.

Assim naquele dia no seu momento de oração pediu ao Pai Criador que lhe permitisse apresentar a questão que o atormentava e que ninguém ainda tinha conseguido esclarecer sobre a sua utilidade.

Deus atendeu de imediato curioso por saber o que preocupava aquele bom homem que punha em dúvida a validade de algo natural que fazia parte da sua obra na Criação. Então o crente começou a descrever o que o estava a deixar num desassossego.

_ Senhor Deus, tudo na sua criação é muito belo, harmonioso e funcional. Cada coisa tem uma razão de ser... mas, na minha opinião penso que há uma coisa que não serve para nada.

_ Então meu filho diga lá que coisa é essa que não tem serventia para nada? - Perguntou Deus.

_ É o “horizonte”. Para que servirá a linha do horizonte? Se eu caminhar um qualquer número de passos em direção à linha do horizonte ela de imediato se afasta de igual distância de mim …. Isso não faz sentido..! Para que nos serve então o “horizonte”?

Deus olhou então para aquela criatura, sorriu e confidenciou-lhe:

Meu filho é justamente para isso que serve o “horizonte” para te fazer caminhar! E que cada vez, estejas mais próximo de mim…

Faro, 14 Maio 2015

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Gualberto Marques
Enviado por Gualberto Marques em 14/05/2015
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