A ROSA BRANCA

A ROSA BRANCA CAPÍTULO 1 Ainda me lembro de quando através da janela do meu quarto se podia admirar a neve caindo lentamente e minha mãe na cozinha preparando o jantar enquanto meu pai não chegava em casa do trabalho. Era maravilhosa a sensação de saber que não estava sozinha. Quando meu pai abraçava-me sentia-me protegida e quando era minha mãe que o fazia sentia-me amada. Eu era a filha única, tratada como uma princesa, mas tudo mudou quando eu cheguei a casa numa tarde de verão e lhe disse que não estava me sentindo bem. Então logo minha mãe marcou uma consulta com o medico da família, que veio a minha casa no dia seguinte, pois, me sentia fraca e muito enjoada para ir até ao consultório. Quando ele chegou fez algumas perguntas, me olhou desconfiado e sem dar nenhum diagnóstico preciso, ele recomendou a minha mãe de levar-me ao um ginecologista. Lembro que minha mãe olhou-me assustada e não disse nada, mas também não perguntou. Naquele mesmo dia á noite minha mãe jantou as pressas e foi para o quarto, meu pai a seguiu de imediato e pude ouvi-los discutirem, sem vontade de jantar sozinha, fui para o meu quarto também, e de lá ouvi melhor toda a discussão, minha mãe sem dizer nada a mim já tinha concluído que eu poderia esta grávida, senti tanto medo ao ouvi-la, que corri para cama e procurei dormir e não pensar em nada, mas foi inevitável, aquela noite tinha parado no tempo, era como se tivesse durado um século, eu rolava de um lado para outro, mas o sono estava muito distante de mim, meus pensamentos se perdiam em minha mente criando uma confusão e se eu estivesse grávida o que seria de minha vida? Como eu iria continuar os estudos, e a vergonha de enfrentar minha família? Todas essas perguntas vinham e iam em minha mente sem nem ao menos encontrar uma resposta. Já era de madrugada quando finalmente consegui adormecer. Quando acordei, deparei-me com minha mãe me observando e logo ela apreçou-me a levantar e se arrumar para ir ao ginecologista, o semblante de minha querida mãe demonstrava desilusão, ela não dizia nada, mas estava escrito em seus olhos. Meu pai já tinha ido para o trabalho, e pela primeira vez não recebi o beijo que ele sempre me dava todas as manhãs. Fiquei triste, e minha intuição dizia que a situação iria piorar. Quando cheguei ao consultório fui imediatamente examinada por uma médica, e sem hesitar ela confirmou as suspeitas de que eu estava grávida, dando a certeza absoluta a minha mãe. Vesti-me e em silêncio segui minha mãe até em casa ,sem saber que seria a ultima vez que eu estaria pisando naquele lugar. Quando meu pai chegou em casa os dois conversaram na sala enquanto eu estava no meu quarto numa angustia agoniante. Eu pensei, o que eles pretendiam fazer comigo? Eu queria saber logo, aliás, eu queria fazer parte e decidir com eles! Mas logo a porta do meu quarto abriu-se, e eram os dois, já decididos do que iriam fazer comigo...•

Mere Bottura
Enviado por Mere Bottura em 18/05/2015
Código do texto: T5245539
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