A vaca deitou

Montar a colcha de retalhos, foi tarefa fácil. Ver, escutar, pesquisar e até supor são elementos suficientes para amarrar os tecidos, sem precisar de alinhavos.

Outrora, as cartas, com páginas recheadas de declarações, adesivos e promessas levavam tempo e a espera era gostosa. Revelar fotos, sem ao menos saber quantas sairiam bem, era custoso. O filme seria colorido ou preto e branco?

A vida deixou de ser privada. Acostumamo-nos e gostamos dessa exposição. O que um belo sorriso não causa em seus interlocutores? O cabelo impecável e desejado por tantas mulheres? (se bem que eu prefiro a naturalidade do meu). Roupas boas e de marca, confirmando a necessidade e a mediocridade da compra a prazo, sempre são bem-vindas, mas as fotos postadas foram tratadas e delatadas pelo photoshop. Quem pode com isso?

Por que sujeitar-se a tão pouco? Essa pergunta não terá resposta por ninguém. Diz-se que nossa raça acostuma-se com tudo!

Busca sem encontro, sorriso sem vida, aceitação e rejeição, acreditar que é feliz e que está bem, ser usado sem moderação, desfilar com um troféu usado e encardido.

Em qual capítulo dessa história você entrou? Qual faixa do disco está a sua música?

Mulheres! Ah! As mulheres! Representam tão bem! São capazes de abraçar o capeta e passar a noite com o anjo.

A vaca deitou.

Silvana Goes
Enviado por Silvana Goes em 24/09/2015
Código do texto: T5393368
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