Noah Flint
Capítulo 4 – Nem tudo são flores
Capítulo 4 – Nem tudo são flores
Depois de me encontrar com Olívia no parque ficamos dois dias sem nos ver. Barton havia me ligado na manhã de domingo, mas eu não queria conversar, odeio domingos e os passos sob minhas cobertas.
Fui até a casa dos meus tios na segunda-feira e lá encontrei minha tia, Mary, muito preocupada.
-O que houve? – perguntei.
-Barton, ele foi até o hospital, parece que uma amiga sofreu um acidente. – naquele momento algo me fisgou o peito.
-Você sabe quem é tia?
-Não, ele não me explicou quando saiu.
Corri o mais rápido que pude e cheguei ao hospital dez minutos depois de sair de lá, Barton estava no quarto andar ao lado de Nicole. Ela havia sido atropelada na manhã de domingo e eu não fiquei sabendo por mera ignorância.
-Desculpe por não ter atendido ontem. – coloquei a mão sobre seu ombro esquerdo.
-Tudo bem, você não poderia ajudar mesmo. Só soube quando ela já estava aqui. – respondeu com algumas lágrimas percorrendo o rosto.
-Ela vai se recuperar?
-Não sei, ela esta frágil, perdeu muito sangue.
-Onde está Olívia?
-No segundo andar, ela vai doar um pouco de sangue.
-Entendi, qual é o tipo sanguíneo da Nicole?
-O+
-Também posso doar para ela então, volto assim que puder primo e novamente me desculpe.
Desci as escadas em velocidade não permitida, quase derrubei uma enfermeira, mas precisava chegar lá o mais rápido possível, pelo menos na minha cabeça. Olívia estada sentada em uma cadeira pressionando a mão esquerda, já havia doado metade da quantidade necessária e ao me ver soltou um breve sorriso.
-Olá. – falei ao Doutor Fergun. – Gostaria de doar meu sangue, sei que Nicole está precisando. Posso ajudar? – completei.
-Bom dia Noah, bom, temos que ver se seu sangue é compatível e claro, todos podem ajudar.
-Está bem.
Fiquei perto da porta e esperei até que Olívia saísse, ela estava um pouco desorientada e então a ajudei a chegar ao banco no corredor.
-Como você está? – perguntei.
-Não sei dizer, triste e feliz ao mesmo tempo. E você?
-Estou bem e me sentindo um pouco culpado por não ter atendido Barton ontem.
-Você não fez nada Noah, relaxe. – ela me abraçou e logo cochilou, provavelmente havia passado a noite acordada.
Fiz o teste uma hora após Olívia dormir em meu ombro, pude doar meu sangue para Nicole, parecia que tirava um fardo e estava bem. Barton não queria sair de jeito nenhum do quarto dela.
-Os ferimentos são graves? – eu e Olívia próxima ao corredor.
-Ela pode ficar paraplégica. Mas vamos continuar torcendo para que tudo de certo.
Levei Barton até a casa dos meus tios e retornei ao hospital logo em seguida, passei a noite sentado ao lado de Olívia no quarto de Nicole.
-Você sabe que não precisa estar aqui. Mas confesso, é bom tê-lo por perto.
-Na verdade, não há outro lugar onde eu queira estar. – nossos olhares se cruzaram e eu me aproximei o bastante para indicar meu desejo.
Mas Olívia foi rápida o bastante para me abraçar antes mesmo que pudesse tentar beijá-la. Então restou apenas aproveitar mais um bom momento ao seu lado.