O tempo passou para nós...

Olhei o calendário agora, é um dia que marcou na minha memória...

Um dos poucos dias que lembro a data exata...

De tantas datas passadas, que antes eram lembradas e hoje pouco recordadas...

Quis pensar sobre essa data...

De alguma forma entender porque ainda lembro dela, por isso decidi escrever o que não poderia dizer...

Quis refletir sobre como foi aquele dia... O que houve afinal... O que de significativo fez com que ainda o lembrasse depois de tanto tempo...

Eis que a resposta surge...

Foi um dos poucos dias que realmente estivemos perto...

Lembro seu esforço para que isso acontecesse...

Lembro de nossa conversa sobre o futuro...

E de uma sensação feliz por estar com você...

Lembro de partilharmos os planos que depois se concretizaram...

Na época não imaginávamos que de alguma forma estaríamos juntos durante tais realizações...

Lembro de quando clamávamos em orações, a ajuda dos céus nas horas de aflição...

Lembro de quando você tentava me ajudar para o meu sonho realizar...

Lembro das tuas piadas, muitas sem graça...

Teu jeito torto de ser que mesmo torto, me encantava sempre...

Lembro do teu olhar... Pequenino que aos meus olhos se agigantava...

Lembro das nossas brigas, por motivos fúteis e até mesmo só pra rir um do outro... Nos entendíamos assim...

Lembro daquele menino que você era... E da menina que deixei para traz...

Lembro os anos que se seguiram e de tudo que vivi, vi e soube que você viveu durante a realização do que partilhávamos ser planos do futuro...

Lembro das poucas vezes que sentamos para conversar, já mais maduros e você lembrava do passado... Sempre... Como se o tempo pudesse voltar durante a conversa, mas nunca voltou...

Lembro de todas as vezes que te vi com outra pessoa e só Deus sabe o quanto sofri...

Lembro de quando você deixou a mesma pessoa sozinha para me pedir perdão em meio a uma multidão, no carnaval, de um jeito sem sentido ou razão, mas que parecia que era de coração ao dizer que o que importava era ter meu perdão...

Talvez eu nunca tenha perdoado a mim mesma e não a você...

É acho mesmo que foi isso...

No fundo você sempre representou escolhas que fiz...

Eu decidi te afastar de mim, e assim o fiz... E o quanto me arrependi, foi muito dura a dor que senti...

Lembro de encontros e desencontros que a vida nos deu...

Até que um dia que te mandei uma mensagem e você de imediato respondeu, como se bastasse uma bandeira da paz...

Passamos um período assim... Em paz, distantes, mas em paz...

Depois, por uma situação sem muita lógica, em meio a tomada de satisfação... Te pedi pra me esquecer e que já não me importava com o que você faria... Que podia sumir, casar e nada devia me falar... Nos afastamos, mas você me procurou...

Até hoje somos o que nos tornamos “conhecidos”, que se dizem amigos, mas que nunca o foram de fato... As poucas vezes que depois nos reencontramos, são poucas palavras trocadas e um jeito estranho de se tratar...

Você realmente me ouviu, em breve vai casar... Quanto a mim... Outras histórias vivi, sem sucesso preciso confessar...

Por isso, as vezes penso se errei em te afastar, se a pessoa certa para mim era você e eu desisti a partir de uma desconfiança de que magoaria alguém?...

Hoje vocês dois estão bem, felizes, com novos personagens que surgiram nesta longa história e eu estou na plateia assistindo as histórias que vocês construíram, por mais difícil que pareça crer, estou feliz por ver ela e você vivendo amores para valer...

Os meus posso dizer... Nunca foram para mim, tenho que reconhecer... Talvez não tenha nascido para essa coisa maluca que é amar e ser amado...

Talvez meu destino seja a plateia dos amores bem direcionados e a certeza de que minha direção é expressar em palavras e versos as loucuras do meu coração, trabalhar e buscar um riso vago e por vezes sem sentido ou razão...

Ainda assim, desejo que seja feliz... Que viva tudo que poderíamos ter vivido... Tudo que um dia acreditei que seria nossa história... Quem sabe te escuto dizer sim... Estarei, claro na plateia e você no altar... Vai ser bom ver o brilho daqueles pequenos olhos, mesmo que o motivo da alegria deles, não seja eu.

Oito anos se passaram, de um dia que me fez começar a refletir e pensar no quanto a vida mudou...

No homem que você é hoje e na mulher que sou...

É, realmente eu preciso dizer...

O nosso tempo passou...

Luísa Lins

15/06/16

03:12

Luisa Lins
Enviado por Luisa Lins em 15/06/2016
Reeditado em 15/06/2016
Código do texto: T5667709
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