Noah Flint

Capítulo 12 – Isso é Amor?
 
   Logo após o almoço voltamos para casa, Olívia subiu e foi para o seu quarto. Steve sentou-se no sofá e ligou a televisão.
-Espero que não cheguem tarde hoje! – falou ele.
-Você é o pai dela agora? – abri a geladeira e joguei uma garrafa de cerveja que se espatifou no chão.
-Eu não bebo, esqueceu?
-Ah, droga. Pelo menos podia ter pegado. Vou limpar isso. – respondi.
-O que pretende vestir esta noite? – perguntou ele.
-Bom, não sei, meus jeans e casaco. Por quê?
-Quando você vê uma menina de vestido é diferente não? O que acha que elas pensam vendo você se vestindo como geralmente se vestiria?
-Acho que entendi. Mas eu não tenho nada muito interessante.
-Bem, então venha aqui. – ele se levantou e caminhou até o quarto. – Prove-a. – me estendeu uma de suas jaquetas de couro.
-Sério? – perguntei.
-Vamos. Prove. – ele esperou até que eu a vestisse. – Isso! Melhorou um pouco, agora é só usar algo claro por baixo, você tem alguma camisa branca? – perguntou.
-Sim.
   Não entendia o fato de Steve estar tentando me ajudar, mas uma coisa era clara, ele havia gostado de mim e provavelmente tudo que estava fazendo era para me ensinar a melhorar.
   Fui até o banheiro, para tomar um banho e me arrumar. Vinte minutos depois, encontrei Olívia na sala a minha espera, usando um deslumbrante vestido violeta.
-Uau. – comentei.
-Eu também disse o mesmo. – argumentou Steve sentado no sofá. – Mas ela não gostou muito. - completou.
-Obrigada Noah. – respondeu ela. – Cale-se Steve. – concluiu.
-Você até que está atraente garoto. – Steve comentou ao me analisar.
-Obrigado, eu acho.
-Vamos? – perguntou ela.
-Sim.
   Eu realmente estava bastante nervoso, mas não entendia o motivo, afinal já conhecia Olívia e até mesmo morava com ela. Mas algo estava transformando aquela noite em algo novo e diferente.
-O que você quer fazer? – perguntei.
-Que frustrante, pensei que já tivesse algo em mente. – respondeu ela.
-Ah, bom, podíamos ir ao GK's Red Dog Tavern.
-Katie falou muito bem desse lugar.
-Quem é Katie?
-A filha do meu chefe. Ela é muito querida.
-Ah bom, então, o que acha?
-Por mim, tudo bem.
   Pedimos dois pratos da casa acompanhados de batata frita. Olívia comentava sobre o trabalho e seus planos de possivelmente escrever algumas coisas também.
-Eu gosto de escrever sobre a natureza, sobre os animais. Entende? Queria poder me aprofundar nisso, entender melhor para poder expressar minhas ideias. – argumentou ela.
-Uma ideia maravilhosa. – respondi. – O importante é fluir com naturalidade, nada que é forçado sai bem escrito. – completei.
-Você não escreve mais sobre amor? – perguntou ela.
-Eu, bom, nunca mais tentei, por quê? – sentia que algo ainda me perturbava.
-Você parece sempre estar um pouco alterado quando tenta expressar algo assim. Escreveria algo pra mim?
-Sim. Você poderia fechar os olhos?
-Por quê?
-Não gosto que as pessoas me vejam escrevendo.
-Mas não precisa escrever agora, a menos que, a noite não esteja sendo agradável pra você.
-Desculpe. Violeta.
-Violeta?
-Sim, a cor do seu vestido, me deu uma ideia. Só um minuto. – peguei um guardanapo limpo e tirei uma caneta esferográfica do bolso.
 
 
 
 
Violeta
 
Naquela noite
Você me surpreendeu
Em meu peito
A paixão renasceu
 
Em seu corpo
Um vestido violeta
Quem dera fossemos
Os únicos sobre o planeta
 
Para nas madrugadas
Podermos passear
Olhar para o céu
Nas estrelas navegar.

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Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 11/07/2016
Reeditado em 22/09/2016
Código do texto: T5694803
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