Proposta em Vias de Fato 18- A Viagem(continuação)

Naquele estado contemplativo pegou mordendo “no próprio rabo”, esquecida que tudo era sonho, levou um sopapo na face quando a indagação surgiu na altura dos olhos. De si para si, Lídia encarou novamente a corda bamba que a desconfiança impõe quando decide ver, perscrutar a essência das coisas.

O dilema da visão. Lídia assumiu o passo que a levaria diretamente para o abismo, o da ausência de prumo, referência do eu, tu, ele, nós, vós e eles...MAIS UMA VEZ!!depois de tudo, da realidade que a ciência permitiu expô-la , foi vencida pela sensação do domínio total do entorno, fenômenos externos que decidem suas verdades, sentimentos e gostos.

Afinal, o que a ciência diz sobre o que vejo?Pensou Lídia. Quem ditaria as cores ao meu cérebro?Seria “Eu”, imaginou.Quem definiria pela estrutura interna do sistema visual que o vermelho é vermelho, o verde é verde, e respectivamente? Na contemplação daquele cenário no novo mundo, inclusive do motivos daquelas tonalidades de cores. Seria parte de outro “campo”, programado para acontecer e parecer ser daquele jeito? Seria ditado dentro de si no entrar em contato com os objetos conhecidos?

A ciência, não respondendo totalmente a favor do observador e nem do meio observado, diz o seguinte:

“Os raios de luz refletidos dos objetos entram nos nossos olhos, atravessam as estruturas oculares (a córnea, a pupila, os humores, e o cristalino), e chegam ao fundo do olho, até a retina, onde existem células sensíveis à luz. A imagem transformada em impulsos nervosos, é enviada através do nervo óptico ao cérebro. No cérebro as informações(cor, forma, tamanho e posição), “são interpretadas”, fazendo com que a imagem do objeto seja vista na posição correta”.

E mais:

Nos estudos e experimentos feitos chegaram no denominador comum quando atestam sem margem de erro que :

FALAR DE luz É TAMBÉM FALAR DE cor

Sem LUZ não há COR

Com Aquela voz tranqüila! Baixinha! vem a ciência explicar sem sombra de dúvida de modo bem facilitado a máxima:

“Imagina que é de noite, está com a luz apagada em seu quarto, totalmente no escuro. Conseguiria ver os móveis e objetos nele contidos? Diz o físico,”Claro que não!Não consegue ver nada porque não há luz.Para conseguir ver algo é preciso que haja luz”.

Há muito, o homem reconheceu a importância da luz para percepção dos objetos e tudo que rodeava; o verde das plantas, o azul do céu, o vermelho das plantas ou do tomate. A física do século XIX conseguiu trazer explicação significativa para o fenômeno; Isaac Newton descreveu que a luz do sol poderia ser decomposta em várias cores, foi o que fez, expôs a luz do sol em um prisma de três faces, isso produzia um aspectro que ia do vermelho, passando pelo laranja, amarelo, o verde, o azul indo até o violeta.Sendo este experimento ponto de partida para vários estudos sobre a cor.

Hoje a ciência confirma que SEM LUZ NÃO HÁ COR. A cor de um objeto se destaca porque está iluminado por luz, natural ou artificial. E mais, na natureza tudo é composto por elementos químicos (inclusive nós humanos). Cada objeto tem propriedades diferentes que manifestam diferentes graus de absorção e reflexão da luz.

Porque o vermelho é vermelho?Com a explicação da ciência quando a luz composta pelas sete cores incide sobre o objeto, as propriedades químicas deste objeto faz com que das sete cores seja refletida somente o vermelho.

Lídia tinha esta compreensão em mente, havia somente esquecido. Mas naquela contemplação tempestuosa fez foi resgatar as informações. Começou a rir, foi a vez dela, as pessoas que estavam naquele átrio passou olhar para eles. Lídia manifestou vontade de dançar, causou reação de entrega, concluiu que estava como salsicha no pão, espremida entre verdades. Luz, sol, propriedades químicas, cores. Que belo. Albert Einstein teria razão: “dançamos uma única música, regida por um maestro invisível e à distância”.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 04/08/2016
Código do texto: T5718802
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